Contemplação

Contemplação

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Uma primavera a mais,uma primavera a menos

Ha 24 anos e 45 minutos vinha ao mundo este que vos digita.Com um choro provavelmente tímido,eu fazia a minha estréia nessa plano.
E tudo que tenho a fazer depois desses anos todos é agradecer.A Deus,por ter me feito da forma como sou; á minha família, que sempre me deu uma liberdade de ações e pensamentos sem igual; aos amigos/colegas/afetos e desafetos que de alguma forma me ajudaram a escrever páginas de uma história que vez por outra me pego relembrando com grande felicidade/saudade; e a minha namorada Débora, que mesmo estando apenas 2 anos na minha vida causou um rebuliço enorme no meu caminho e me mostrou uma felicidade que até então eu não tinha provado.
Nessa época é sempre comum fazer votos ou aspirar coisas para os anos futuros.Nesse ano,o que peço pode ser resumido no refrão dessa música do Gil que eu adoro.


Tempo Rei!
Oh Tempo Rei!
Oh Tempo Rei!
Transformai
As velhas formas do viver
Ensinai-me
Oh Pai!
O que eu, ainda não sei
Mãe Senhora do Perpétuo
Socorrei!..






terça-feira, 13 de novembro de 2012

O Amanhã Revela Todos os Mistérios de Hoje


Te observo.
Não deveria, pois não fica bem.
Mas ha algo mais forte,algo que eu ainda não sei bem o que é.
Daqui de onde estou,de uma forma discreta tento aos poucos te entender.
Entender o que você quer me dizer,ou o que meu coração quer que eu saiba.

Te observo.
Tua fala,teu riso,teu jeito.
Uma série de "quês" que me fascinam.
Mas não posso,não devo.

Mas ainda te observo.
Muito discreto,ja que não deveria.
Pois não fica bem.
Mas...De você me vem algo,uma coisa.
Essa mesma coisa que me faz me apresentar à você sem máscaras.
Apenas eu.

Te observo.
E quando conversamos,é como se nos conhecêssemos a muito mais tempo.
E somos apenas nós,sem máscaras.
Sem falsidades,sem essa tentativa de parecer perfeito.
Somos nós.
E esse algo mais,que eu ainda não sei o que é.


quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Fragmento de Sabedoria

Hoje o dia amanheceu chuvoso.
Meio frio,com uma chuva insistente.Típica garoinha que demora muito a cessar.
Porém ja no meio da manhã a garoa/chuva passou,e o tempo acabou se firmando. O Sol logo se fez presente.Mas antes do astro-rei dar o ar da graça,e posteriormente a parada da chuva,um passarinho muito faceiro começou a cantar alegremente na árvore que fica perto da minha janela,no meu trabalho.
Pela insistência e alegria do bichinho,comentei com meu encarregado:
-Veja só,choveu tão pouco e o passarinho ja ta ai fazendo festa.
Ao que meu encarregado respondeu,com muita sabedoria:
-Está louvando e agradecendo a Deus pela chuva.
E depois de meditar um pouco,completou:
-Enquanto isso o homem só reclama.

Não sei se isso é verdade,mas ao meu ver os pássaros adoram chuva.Tenho essa impressão pois sempre que chove o canto deles muda,fica mais alegre.
Enquanto nós,viventes e dependentes de condições semelhantes de clima,fechamos a cara e praguejamos contra a chuva.
Quão atrasados nós somos,não?

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Yin/Yang

Versos
Dirão tudo aos que puderem ver.

Sem rima,direto.
Poesia, pra que te quero?

Não há romance,só um retrato duro.
Colorido,em alta resolução.
Simples assim.

Ultima bolacha do pacote,quebrada,esfarelada.
Agua pro vinho, o yin de repente é o yang.
Não é mal,apenas não mais o é.

Mudanças,diferenças.
Diz-se que conhecemos as pessoas com o tempo.
Tempo,derruba máscaras,dissolve a névoa.
Nos faz enxergar o que antes estava envolto numa massa disforme.

O cenário era belo,dia ensolarado no campo.
Hoje nuvens negras.Trovoadas,escuridão.
Ainda não há chuva,ainda não há tempestade.

Ainda.

Creio que seja o ápice,divisor de águas.
Daqui pra frente,de acordo com a mudança de ventos
Ou o barco navegará em águas claras
Ou afundará na tempestade.

Quem decide?
O yin e o yang.
Está em suas mãos.
Quem serás?
Amigo de todas as horas ou lembrança remota?

domingo, 23 de setembro de 2012

Brilho

Brilham
Teus olhos cintilantes
Mostrando tua alma em festa.

Brilha
Teu sorriso aberto
E entre dentes você me confessa,brilhando:
"Hoje estou apaixonada ainda mais do que quando nos conhecemos"

Brilho eu
Realizado,feliz,amando.
Sensação boa, paz no peito.
"Foi tudo certo,você fez tudo direito."

Brilhamos,ofusca.
Aos que não enxergam com coração.
Aos que buscam ver só com os olhos.
Cada qual com sua lógica,rasteira,mesquinha.
Breu de ignorância.

Brilhando,seguimos.
Amor é a nossa luz.
Tanta luz que ofusca.
Ofusca o caminho.
"Só ficou para trás quem não canta e não sabe AMAR".



A ti meu amor,minha loucura mais acertada.

Reviver sentimentos ofuscantes com você é o maior prazer que posso ter.

As sensações de ontem são as mesmas de hoje,e creio que as de amanhã serão iguais as de agora.

Ainda te olho com o olhar sedento dos apaixonados,e a tua beleza ainda me encanta,como uma visão do paraíso.

Creio eu que as coisas continurarão assim.
Peço eu que as coisas continuem assim.

Se Deus quiser.

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Prosa

Ah meu senhor,meu senhor.Saiba tu meu senhor que tenho uma grande alegria,que tenho um grande amor.

Sabe meu senhor,não é desses amores ralos de fim de semana.Não senhor,não senhor.É madeira de lei,é o tipo de sentimento perene,perpétuo.

Meu caro senhor,falo de algo muito maior que a tua crença,que esse teu sorriso irônico possa um dia entender.Falo do paraíso,falo de uma sensação que nos faz levitar,que nos faz tender ao infinito.

Falo do céu meu senhor,um céu diferente como ele só.Um céu alvo como a luz da estrela mais brilhante,e com estrelas negras como o negrume de noite sem luar.Céu,pois sim meu senhor,ja que do céu vem a paz do nosso Deus,e desse céu vem a minha paz.

Falo de um porto seguro meu senhor.Não há vento que ali chegue,não há tempestade que ali ressoe.Esse porto é feito de dois braços,que quando enlaçados sobre mim me da a tranquilidade necessária,e reduzem os problemas aos seus devidos tamanhos.

Sim meu senhor,falo de uma moça de jeito alegre e aparência frágil,mas que na hora certa mostra a sua firmeza de mulher.Uma mulher de traços bem feitos,linda como a luz da lua.

É meu senhor,não estranhe não.Não estranhe meu jeito,não estranhe minha fala.Se desabafo aqui com o senhor,numa hora tão importuna,é que careço demais disso.Se lhe sou enfado,mil perdões.Mas preciso lhe dizer meu senhor,preciso externar a falta que ela me faz.

Não senhor,não se faz tanto o tempo que estamos distantes.Coisa de pouco tempo,horas.

Ah meu senhor,se o senhor ri assim da minha fala e do meu suposto exagero é porque o senhor não sabe o que é o amor.Se lhe pareço exagerado,é porque exagerado é o amor que carrego no peito por tão formosa moça.Se lhe pareço desesperado,é porque sinto parte de mim ficando onde todo o eu deveria ficar.

E o que me resta senhor,é tocar a minha vida enquanto não chega a hora,a feliz hora,de contemplar de novo meu céu,descansar novamente no meu porto,e sentir novamente a paz que ela me traz.E trazer cá,no bolso direito da lembrança,pra ter forças nos dias ruins,o sorriso iluminado da mulher que amo.

quarta-feira, 18 de julho de 2012

Dia Mundial do Rock

Tirando a poeira,os escorpiões e as aranhas do blog,trago um videozinho pra comemorar um tanto quanto atrasado o dia mundial do rock.Sabe como é,férias,não tenho escrito nada.Mas pretendo me cobrar mais acerca dessa falha,ja me sinto incomodado.
Pra comemorar o dia do rock trago um vídeo um tanto quanto curioso. Aproveito a minha fase beatlemaníaca e trago um vídeo quase informal do grande Paul McCartney,de longe meu Beatle favorito.Não conheço exatamente o dvd originário desse vídeo,mas ao que parece o Paul fez uma apresentação reservada a alguns poucos sortudos no estúdio Abbey Road,onde os Beatles gravaram seus albuns.
Nesse vídeo ele mostra um dos teclados mais famosos de todos os tempos,o Mellotron.E por fim,toca os acordes iniciais da maravilhosa Strawberry Fields Forever.Enfim,pra quem curte o velho Macca e os Beatles é um prato cheio.

domingo, 27 de maio de 2012

Virada Cultural 2012

  Nos dias 5 e 6 de Maio realizou-se na nossa amada capital mais uma Virada Cultural.Segundo a organização, foram 1265 atrações dividas em 253 lugares diferentes,contando-se os pontos no centro de São Paulo,com a rede Sesc e com os CEU's.
  Confesso que este ano não me empolguei tanto com as atrações da virada, e esse mesmo sentimento foi partilhado pela minha amada.O que é uma pena,indiretamente acaba tirando o brilho (para nós,evidente) de uma festa que esse ano se mostrou muito melhor organizada,excluindo dessa afirmação apenas a confusão na galinhada do Atala,no minhocão.Fora isso,era notório uma maior presença de policiais pelas ruas,garis "enxugando gelo" ao tentar manter o centro mais limpo enquanto as pessoas insistiam em sujar, além de uma sinalização mais precisa.A única coisa que não mudou,tomando-se por base os anos anteriores,foram os problemas de som.Creio que os mesmos já fazem parte da festa,dada a constância com que ocorrem.
  Com relação às atrações, a minha atenção e da minha parceira estavam focadas em um único artista: Edy Star, também reconhecido pela alcunha de Edy "Bofélia" (apelido dado ao mesmo pelo Raul Seixas).
  Para a grande maioria que não o conhece,faço aqui um pequeno resumo.Edy é um multi-artista,pois canta,pinta,atua como ator e diretor.É o caso clássico de grande artista nacional esquecido por razões "x" de um país que não tem memória e não valoriza os seus bons talentos.E por este motivo, um artista precioso do porte do Edy fica renegado a fazer pequenos shows em bibliotecas escuras.Ao menos dessa vez a justiça foi feita,e o palco que receberia a apresentação do mesmo era o melhor de toda a virada: o Teatro Municipal.
  Além do Edy,este que voz digita,nos seus anseios musicais exóticos-egoístas,desejava acompanhar de perto mais duas apresentações: o Made in Brazil,que apresentaria na íntegra seu álbum Jack o Estripador (1976); e a Osesp(Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo),regida pelo maestro espanhol Eduardo Portal e com participação da mezzosoprano Luciana Bueno,sendo que estes dois últimos na verdade nem me chamaram tanto a atenção.Meu interesse recaía pela peça que fecharia a sua apresentação: Pictures at an Exhibition,do compositor russo Modest Mussorgski.Essa peça foi interpretada pela banda que há tempos abriu meus olhos para as coisas diferentes que a música pode oferecer,o power-trio Emerson,Lake and Palmer.
  Mochilas prontas,e lá fomos nós.A primeira parada era no show do Made in Brazil,na avenida São João.

Made in Brazil

  O Made é,segundo consta,a banda de rock mais antiga ainda em atividade ininterrupta no Brasil.Estão na estrada desde 1967,sempre segurando a bandeira do Rock e do Blues.
  O show foi muito bom,fato atestado também pela minha senhoura,que nunca havia ouvido falar na existência daqueles senhores estranhos.
  A apresentação foi vigorosa,como todo show de rock'n'roll deve ser.O Made segue à risca as lições dos grandes mestres do rock,fazendo um som simples e direto.Junte esse som clássico com os calos de quem já tem muita poeira da estrada nas vestes,e temos aí uma verdadeira aula de rock'n'roll.
  Nesse show houveram participações especiais,dentre elas destaco a presença do Percy Weiss (grande vocalista brasileiro que na época do disco em questão fazia parte do Made).
  Infelizmente a proposta inicial do show não foi cumprida.O disco Jack o Estripador não pode ser tocado na íntegra,pois alguns atrasos atrapalharam a banda.Fato que ao menos para mim não tiraram o brilho do show.Confesso que foi emocionante poder cantar à plenos pulmões Os Bons Tempos Voltaram e o clássico que na minha humilde opinião é uma das mais belas homenagens que o rock ja recebeu em todo o mundo, A Minha Vida é o Rock'n'Roll ,que já apareceu no blog nesse texto aqui.
  Apenas por curiosidade, esse foi o primeiro show do Made que eu vi.E confesso que fiquei maravilhado com a performance do grande Oswaldo Vecchione (fundador da banda ao lado do seu irmão Celso),que já tem 45 anos só de estrada e ainda conserva a voz bela e potente.Também me chamou a atenção a performance do Johnny Boy nos teclados.Músico velho conhecido no meio roqueiro,recentemente vem se apresentando com o Nasi,e fez ali na Virada a sua primeira apresentação com o Made.A primeira de muitas,espero eu.
  Terminando o show,hora da janta.E até então estávamos meio sem rumo.
  Mal sabíamos o que nos aguardava.

Byafra?!?!?!

  De forma jocosa eu já tinha sugerido este nome.O cantor de voz doce se apresentaria no Largo do Arouche e o show seria num horário próximo ao término do show do Made.E como o show do Edy era apenas a meia noite,e ainda eram algo em torno das 21 horas.Então,com muita coragem e alguma falta de senso,aceitamos a idéia absurda e lá fomos nós.
  O que vimos foi um Arouche muito cheio.Surpreendentemente cheio,diria eu.Não desmerecendo ninguém,mas jamais imaginaria tanta gente assim neste show.
  Mas o mais curioso de tudo foi a composição da platéia,como definiu bem a Folha de São Paulo:

"Uma celebração ao amor gay".

  E de fato,eu nunca vi tanto gay junto.Até comentei com minha namorada que me sentia,no caso, "o diferente" por sermos héteros.Mas o que interessa mesmo é que o show foi divertido,tanto pela platéia quanto pelo cantor.
  Byafra abriu os trabalhos com seu maior clássico,Vôo de Ícaro (aquela do "voar voar,subir subir"),sendo esta a única dele que eu conhecia.Após a execução desta,Byafra desfiou seus sucessos de novelas,os quais minha amada cantou apaixonadamente.
  Em seguida,fez uma homenagem ao grandes compositores dos anos 80,cantando músicas do Cazuza,Lobão,Lulu Santos,entre outros.
  Findo o show,nos dirigimos para o Teatro Municipal.E o melhor da noite ainda nos esperava.

Edy Star

  Conheci o nome "Edy Star" quando ouvi pela primeira vez o álbum A Sociedade da Grã-Ordem Kavernista Apresenta Sessão das Dez,obra-prima que tinha,além do Edy,Raul Seixas,Sérgio Sampaio e Miriam Batucada.
  Para quem gosta da boa música brasileira creio que seja impossível não conhecer pelo menos dois nomes desses quatro apresentados.Raul nem precisa de apresentações.Sérgio Sampaio é autor do clássico dos festivais "Eu Quero é Botar Meu Bloco na Rua",além de ter uma obra curiosíssima.O álbum de mesmo nome é praticamente obrigatório.
  Quanto à Miriam,confesso que não conheço muita coisa,mas sei do seu renome no samba.E o Edy até então era,para mim,uma grande incógnita.
  Não entendia porque ele fazia parte da banda.De fato não era mau cantor,mas tinha uma voz no mínimo exótica.E pior,na gravação do álbum A Sociedade da Grã-Ordem Kavernista Apresenta Sessão das Dez o Raul deu uma de suas músicas para o Edy cantar,justamente a música Sessão das Dez,um bolero inspirado e muito divertido.
  Essa incógnita durou até eu ver o Edy cantar O Crivo no Programa do Jô,como pode ser visto no vídeo do link.Essa música é do Raul,mas nunca foi gravada por ele e nem creditada ao mesmo.Quando vi essa apresentação, a voz ainda me soava estranha,mas a presença de palco,interpretação e uma coisa que não se explica muito bem me chamavam muito a atenção,tanto que fiquei curioso com aquela figura tão singular e fui ao youtube procurar a entrevista completa.
  Pronto,aí sim eu comecei a conhecer o Edy Star.De fato é uma dessas figuras únicas,sem definição mesmo.E por sorte,ele faria um show dali a poucos dias no teatro de uma biblioteca perto da minha casa.O show em questão "só" era uma recriação do disco antológico citado no início do texto.
  Novamente minha corajosa companheira se dispôs a ir comigo nessa aventura musical.E ali começo a nossa admiração à esse grande artista.Sua voz ao vivo soa infinitamente melhor,sua presença de palco encanta,sua irreverência diverte.
  Saímos maravilhados daquele teatro,ansiando por uma novo oportunidade de ver esse show.
  E ela veio,de uma forma um pouco diferente.
  Em 1974,3 anos depois do disco com o Raul e toda a trupe,Edy gravou um album com canções feitas por grandes nomes da mpb da época para ele.Dentre esses compositores temos Caetano Veloso,Gilberto Gil,Jorge Mautner,o próprio Raul,entre outros.Tantos nomes de peso servindo à Edy tem explicação:Edy é baiano e quando ainda residia na Bahia era muito famoso pelos seus artesanatos,somado evidentemente ao fato da sua figura exótica contraventora angariar a simpatia dos que o conheciam.Quando foi para o Rio de Janeiro,e após gravar o disco com Raul e a trupe,fez ainda mais sucesso nos seus shows numa boate na praça Mauá,região de prostíbulos que na época era muito famosa e frequentada por todo tipo de artista.
  Enfim,voltando ao disco e ao show,esperávamos ansiosos para o espetáculo.Saímos do Arouche por volta das 22 horas,e nos dirigimos ao teatro.
  Chegando ao teatro,pequena espera do lado de fora,e depois já dentro do mesmo,uma outra pequena espera até sermos liberados para ocupar nossos lugares.Fica aqui o relato da beleza do lugar.Eu já conhecia,minha namorada também,mas ainda assim nos vimos tocados pela imponência que o Municipal tem.É um banquete aos olhos,absolutamente.Quem ainda não conhece tem a OBRIGAÇÃO de conhecer.
  Acesso liberado,nos acomodamos em nossas respectivas poltronas praticamente coladas ao palco e em pouco tempo show começou.E que show!
  Edy,do alto dos seus 74 anos,completando 60 anos de carreira,parecia um menino no palco.Cantou,dançou,sensualizou,divertiu e encantou a todos presentes,em especial um rapaz um tanto quanto retraído que estava a nossa frente,que em alguns momentos perdia a pose machesca e soltava uns "poderosa,arrasou Edy" e afins.Mas de fato,o Edy arrasou.
  Abriu o show com Sessão das Dez,e logo após entrou no album tema da noite, Sweet Edy.No intervalo entre as músicas ele contava algumas histórias com a irreverência que lhe é característica.
  No fim,ou quase no fim,ainda nos brindou com uma grata surpresa.Na música Esses Moços,de Lupcínio Rodrigues (creio eu que essa seja a única música presente no disco que não tenha sido composta para o Edy,mas que foi incluída à pedido do mesmo),surge majestosamente cantando nada menos que Emílio Santiago.Minha mãe,se ali estivesse,iria à loucura.E como canta,voz doce e potente.O dueto ali apresentado foi com certeza memorável.
  No fim do show Edy cantou "Eu não Quero Dizer Nada",outro clássico do disco Kavernista,fechando assim com chave de ouro a noite.E na saída o sentimento que nos tomava era novamente de encantamento,já esperando e ansiando novamente uma oportunidade de ver as peripécias de Edy Star no palco.
  Terminado o show,nos dirigimos à Estação da Luz para tentar ver a exposição de carros antigos.Como nada la havia,dormimos confortavelmente na aconchegante escadaria da estação.
  Pela manhã minha namorada se retirou da festa,pois tinha um compromisso.Então,sozinho,prossegui no meu roteiro.Próxima e última parada,Osesp.

Osesp

  Antes de chegar ao palco onde se apresentaria a Osesp,e por ainda ser cedo demais para ir para lá,dei um pulo no palco da Baratos Afins,na avenida Rio Branco.La tocava o Tomada,banda brasileira de um quase-hard.
  Muito legal,pena que eu ainda não conheço muito.Letras bem feitas,músicos bons,vocal que lembra fisicamente o Phill Collins.Detalhes estéticos à parte,o cara canta muito bem,e com certeza essa é uma banda que merece uma pesquisa mais a fundo.Fica a dica.
  Depois,fui para o Anhangabaú afim de conferir a Osesp.Desse show não há muito o que falar,e a razão é muito simples.O show foi quase um fiasco.
  Das músicas programadas poucas foram tocadas,e a peça que eu esperava tanto ver foi editada,na verdade mutilada.Não que o show tenha sido ruim,muito pelo contrario.Ver a Osesp é sempre uma emoção,além do que curtir a parte final de Pictures At An Exhibition executada por uma orquestra inteira é algo surreal.
  Segundo a Folha,o que atrapalhou o show foi um problema terrível de som,além de um eco from hell que vinha de outros palcos e evidentemente atrapalhava a nós que ouvíamos e a quem tocava.Na minha opinião,esse tipo de show deveria mesmo ser feito em local fechado,como na Sala São Paulo.A acústica desses lugares gera condições de se aproveitar toda a potência sonora de uma grande orquestra,o que tornaria o espetáculo ainda mais incrível.Mas,no fim das contas,mesmo com tantos problemas a experiência foi maravilhosa.
  Com o fim da apresentação da Osesp finda também para mim a festa.Vou-me embora pois não sou de aço,apesar da vontade de ficar e ver o show do Gilberto Gil.Mas mesmo assim vou feliz com mais uma Virada Cultural na bagagem.Já é a minha terceira,e fica aqui registrado o desejo de que esse número se multiplique várias e várias vezes.

segunda-feira, 14 de maio de 2012

"...amanhã..."

Mas ela diz
Que apesar de tudo ela tem sonhos
Ela diz
Que um dia a gente há de ser feliz


Os versos acima são da música Janaína,do Biquini Cavadão.Quem ainda não conhece,e aqueles que ja conhecem, e se interessam em ouvir podem saciar seus desejos aqui .
Mas coloco esse texto como introdução,e em destaque,porque dias atrás estava eu atentamente ouvindo essa bela canção.E esse trecho me deixou encasquetado.
Não sei porque,mas esse "um dia a gente há de ser feliz" me fez me auto-questionar o quão feliz eu sou.
Na verdade,é difícil mensurar.Como saber se o quanto se é feliz?
Ser feliz é estar sempre de bom humor?Talvez.
Ser feliz é ter dinheiro?Essa me arrisco a responder,e definitivamente não é.Caso fosse,eu estaria deprimido constantemente,fato que não acontece,muito pelo contrário.
Não da pra afirmar categoricamente o que é ser feliz,mas eu creio que seja uma junção de coisas.A mistura de ingredientes certos que resultam num elixir do bem estar.
Acho que ser feliz é ser alegre.
Evidente.
Mas também ter outras coisas,como pessoas em que se pode confiar,e especialmente uma pessoa que se confia cegamente.
Ser feliz é amar,é saber que nem tudo são flores e que certamente você vai sofrer muito no caminho,mas amar a tudo e a todos como se fosse o último dia.Porque vai saber né,de repente é o último dia mesmo...
Ser feliz é rir muito quando deve-se rir,e chorar muito quando deve-se chorar.E principalmente,dar a alegria ou a dor o seu tamanho exato,e não deixar nem uma nem outra te fazer esquecer o que é real e o que é fantasia.A alegria e a tristeza podem cegar,e certamente qualquer um pode lembrar de algum momento da sua vida em que se deixou lembrar por suas próprias fantasias e exageros.
Ser feliz é estar disposto a se doar e aprender a receber doações.Cuidar e deixar ser cuidado.Ter o mínimo senso de que algumas pessoas tem muito valor para você,e que você tambem tem muito valor para algumas pessoas.Ter ciência do seu valor para algumas pessoas não é o popular "se achar",mas faz com que se tome cuidado com o que se diz para essas pessoas,evita mágoas.
Ser feliz é entender que o que temos hoje é o melhor que poderíamos ter.E se não é bom,fazer o melhor que podemos para melhorar.E aceitar e curtir o momento,afinal só se pode viver com o que se tem em mãos,e ficar esperando para ser feliz amanhã só nos causa ansiedade,faz com que percamos um precioso tempo.
Sei que o que escrevi são bobagens.Mas são as bobagens que eu sinto e uso como ideologia.São essas bobagens que me fazem acordar toda manhã,e por mais cansado que eu esteja,manter um humor razoável.Essas bobagens que me fazem amar e respeitar meus semelhantes,me fazem cuidar de quem amo,e cuidar de mim mesmo.
No fim das contas,essas bobagens é que me fazem feliz.

domingo, 13 de maio de 2012

Pictures of a City

São Paulo com certeza é uma cidade ímpar.Aqui se vê de tudo,se ouve de tudo e pra quem gosta da coisa,se cheira ou se fuma de tudo.
E como toda cidade grande que se preze,o melhor de São Paulo é o que se encontra por trás das câmeras.Os fatos inusitados e as figuras inusitadas dessa cidade é que,ao meu ver,dão O tom diferenciado.
A idéia desse texto,anunciado ou capitaneado pelo título de uma música do King Crimson ( ouça aqui ) é trazer à tona algumas cenas ou pessoas que vemos pela paulicéia desvairada e que normalmente nem prestamos atenção,imersos como estamos na correria louca do dia-a-dia.A escolha dessa música se dá porque primeiramente,eu adoro ela.E porque acho também que ela tem uma cara de cidade grande,meio louca.
Sempre que eu postar algo relacionado à essas personagens usarei o mesmo título e um marcador de mesmo nome.A diferença é que no título será acrescentado o número correspondente ao "capítulo" em questão.A idéia é trazer pelo menos 3 imagens diferenciadas em cada capítulo.Não garanto uma frequência digna,mas farei o possível.
Enfim,vamos às primeiras imagens.E começo tirando um barato de mim mesmo.


Pictures of a City #1


"Músicos Urbanos"

Ao meu ver,uma das grandes invenções do homem é o fone de ouvido.Infelizmente tal tecnologia é absolutamente desconhecida no meio funkeiro,mas este que voz digita faz amplo uso desta ferramenta de exclusão social.
O grande barato do fone é poder ouvir sua música num volume ensurdecedor.Mas como dizia Newton,"toda ação equivale a uma reação".Logo,ao ouvir minhas músicas,meu lado baixista/baterista/tecladista e vocalista toma conta da minha sanidade e das minhas funções motoras.Algo como um Dr. Jekyll e Mr Hyde(Médico e o Monstro),sendo que a minha poção mágica é a música.Ou seja,saio por ai tocando meus instrumentos ridiculamente interpretando com paixão cada nota.
Vez por outra percebo ser observado,como agora vindo para a faculdade,quando uma moça estava caminhando em minha direção.Celular na mão,sorriso na boca e expressão de dó ao passar por mim,enquanto eu tocava baixo e fazia vocal numa música que não me recordo mais.
Só não me deprimo com isso pois ja vi gente bem pior por ai.Bateiristas,dançarinos,guitarristas e baixistas imaginários,e uma descendente de italianos muito próxima a mim que confessou cantar baixinho no metrô/ônibus,fazem parte dessa loucura saudável de curtir seu som por aí numa boa.
Sem grilos.


O Negócio é Vender

Uma coisa que eu acho devéras engraçado é aquele tipo de instalação provisória para venda de apartamentos.Sei que é meio nonsense se apegar a um tema assim,mas analisem:
Uma tenda,com uma daquelas lonas ou algo parecido,armada em um terreno naturalmente pavimentado com terra,grama,alguns buracos e pedras para darem um charme.Dentro das tendas,homens e mulheres bem-vestidos esperando ansiosamente compradores.Para acomodar os visitantes mesas e cadeiras de plástico,típicas e comuns aos churras com pagode no bar da esquina.
Melhor ainda é a expressão de pompa dos vendedores,que fazem de tudo para não perder a pose em nenhum momento.Uma soberba,sei la.
Me parece aqueles personagens de novela,que estão quebrados e fazem de tudo para aparentar que ainda estão bem financeiramente.

Guaianazes-7 da Manhã

Eu sei que quem ler o que vou escrever vai achar que sou fresco e que essa atitude é a mais normal e comum do mundo.OK,tudo bem,mas eu não me conformo com a selvageria das pessoas.Explico.
Eu estagío,não sei se esse termo existe,em Poá.Meu trajeto é o seguinte:
-Metro:Vila Matilde => Brás;
-Trem:Brás =>Guaianazes => Poá.
Quando o trem chega em Guaianazes se faz necessária uma troca de composição.Ou seja,atravessa-se uma plataforma apenas,e troca-se de trem.Não entendo muito bem a lógica dessa necessidade,ja que a linha que vem do Brás faz ligação direta com a linha que segue rumo a Estudantes (estação final de quem segue rumo a Poá),mas tudo bem.
Acontece que Guaianazes por volta das 7 da manhã é o terror.Os trens sentido Luz saem completamente lotados.
Por sorte,eu viajo no contrafluxo.Então,desço em Guaianazes enquanto passageiros desenfreados entram no trem,sentido Luz.Tenho certeza que,com exatamente dois meses fazendo esse trajeto diariamante,eu só estou ainda aqui escrevendo graças à ideia genial que a CPTM teve em preservar a primeira porta de cada vagão para a descida em Guaianazes.Porque,dada a selvageria com que é feita a entrada desses passageiros no trem,provavelmente eu não estaria aqui são e salvo.
Sério,é incrível como a busca por um lugar para se sentar leva as pessoas a praticamente agredirem-se.
A falta de educação ou civilidade dá-se não só na entrada,mas na saída também.Comumente vejo pessoas querendo entrar no vagão enquanto os outros saem ou não dão espaço para as pessoas sairem...É triste.
Aliás,nessa atitude de não dar espaço para sair,ja vi uma senhora cair sentada na plataforma,atropelada pelo estouro da manada.Sordidamente eu ri e ainda falei baixinho um "bem feito",mas é triste isso.Essa falta de civilidade me assusta e me entristece.
Não que eu seja perfeito,não que eu seja O exemplo.Mas poxa,meus pais me educaram muito bem,e o mínimo do que eles me ensinaram eu carrego e USO no meu dia-a-dia.Enfim.
Enquanto as coisas não mudam,se é que vão mudar,eu continuo sempre viajando de pé.

segunda-feira, 30 de abril de 2012

Itaipava São Paulo Indy 300 Nestlé

EU TENHO MUITA SORTE!!!!

 Sempre disse isso, e pelas mais variadas causas,mas tenho muita sorte.A grosso modo poderíamos dizer que sou muito cagado.No bom sentido,evidente. Digo isso porque no final das contas tudo que me atrevo da certo, e algumas coisas que me atrevo mas que pela lógica seriam difíceis de darem certo acabam dando muito certo também.
Esse post terá uma cara de narrativa e falará sobre a minha mais recente epopéia.Minha não,nossa.Enfim,aqui vão as desventuras de um amante de automobilismo num dos dois eventos mais importantes, automobilisticamente falando, da cidade de São Paulo: A Itaipava São Paulo Indy 300 Nestlé.

Como Assim Ganhei?!?!

Essa pergunta que me fiz ao receber um e-mail.Mas antes do e-mail,vamos ao começo.
Sou fã de automobilismo.Acompanho somente 2 categorias de perto (Fórmula 1 e Fórmula Indy) mas leio e tento me envolver com quantas forem possíveis.As emoções que tenho ao acompanhar de perto uma corrida de carros,ou caminhões no caso da Fórmula Truck,são absolutamente arrebatadoras.Não costumo ir muito à Interlagos,e essa ausência é puramente motivada pela falta de verba.Mas sempre que é possível,acordo cedo e atravesso a cidade para curtir de perto as máquinas e o clima descontraído do autódromo.
Das categorias que sigo,a que me cativa mais é a Indy.Pelo formato variado do campeonato que engloba mistos/ovais/e circuitos de rua,pelo elevado nível de disputas e por não ser tão frescurenta quanto a F1.Além do mais,e esse ano em especial,tem a participação festejada e mais do que especial do injustiçado Barrichello,que se juntou ao Tony Kanaan e Hélio Castroneves,compondo o trio de brasileiros que meu lado patriota procura torcer.Na prova de SP e na mítica Indy 500 teremos mais um representante da Terra Brasilis: a pilota (de acordo com a norma gramatical da presidentA Dilma) Bia Figueiredo.Fora os 4 brasileiros,ainda sobra espaço pra torcer pelo australiano Will Power,que é imbatível em circuitos mistos e de rua,mas que nos ovais ainda tem muito o que aprender.Enfim,fato é que gosto muito dessa baboseira de um monte de carros correndo tanto pra chegar a lugar algum.
Sabendo disso minha namorada e companheira fiel me indicou uma promoção do site/comunidade Carro Universitário , que sortearia um par de ingressos.Confesso que recebi a indicação com uma certa indiferença.Não me cadastrei logo que recebi o e-mail com o banner da promoção pois não estava em casa e não poderia entrar em nenhuma rede social,passo fundamental para participar da promoção.E por passar o dia todo fora de casa,só retornando a noite e cansado,acabei não me inscrevendo em casa também.Só fui me inscrever e participar da promoção quando um dia abri meu e-mail na casa da minha namorada,e por incentivo dela.Aquela coisa de "vai amor,se inscreve,vai que você da sorte né?".Ou seja,se não fosse o incentivo dela,nada do que será relatado aqui aconteceria.
Enfim,me inscrevi.E até esqueci que tinha me inscrito,tanto que nem lembrava a data de sorteio.
Até que na sexta passada, dia 27/04/12, abro meu e-mail e vejo uma notificação do site da promoção.Dizia que eu tinha ganho o par de ingressos,e deveria ir até a sede da empresa buscar os ingressos.
Na troca de e-mails,descobri que a empresa ficava na Vila Olímpia,e deveria chegar até la antes das 19 horas.Considerando que eu estava na Bela Vista,e ja eram 17:30,conclui que se corresse bastante e desse tudo certo,chegaria a tempo.Então fui.

A Ida

O bom de morar em São Paulo é que nascemos sabendo que por volta das 18 horas o transporte público vira uma zona.E justamente essa zona que me levaria aos meus ingressos.Então preparei meu espírito,me enchi de coragem,e num misto de surpresa e incredulidade, fui a luta.
Peguei o metrô na linha azul,estação São Joaquim.O plano era simples:
-Pegaria o metrô na São Joaquim,desceria na Luz.Embarcaria na Linha Amarela,sentido Butantã e desceria na estação Pinheiros.Lá,pegaria a linha Esmeralda da CPTM (aquela que margeia o Rio Pinheiros) sentido Grajaú e desceria na estação Vila Olímpia.
Aí viria a parte boa,uma leve caminhada traçada pelo google maps,o parceiro número 1 dos aventureiros urbanos.E assim foi,e assim o fiz.
Linha azul e amarela foram tranquilas.A azul tava vazia,a amarela tinha bastante gente,mas todos desceram na mesma estação que eu.
Nesse ponto,deu medo.
Ja tinha pego a linha Esmeralda antes,mas nunca numa sexta-feira e no horário de pico.E me lembrei de umas imagens,da estação abarrotada de gente.Não foi a melhor recordação que poderia ter naquele momento,definitivamente.
Mas enfim,coragem.
Desci na estação Pinheiros,2/3 dos passageiros que vinham no metro comigo também desceram.E ai foi aquele cenário comum dos paulistanos:correria pra pegar o trem,plataforma lotada,a incansável procura por um espaço para entrar no trem,pessoas se jogando e te empurrando pra entrar no trem,enfim,o de sempre.
Chegando na Vila Olímpia,contei com a cordialidade de um casal,que me cedeu seu espaço limitado no trem para me dar passagem.Quando a porta abriu,uns gritos de "EU VOU DESCER!!!" bastaram para abrir espaço dentre aqueles que tentavam entrar no trem,e la fui eu pra caminhada.
Dei sorte,logo que sai da estação achei a primeira das 3 ruas que deveria seguir para encontrar o local onde pegaria meus ingressos.E andei,andei bastante.
Até que chegou no fim da referida rua,e não achei a segunda.Como na hora do desespero vale tudo,contrariei os princípios masculinos e fui pedir informação.Nesse ponto,agradeço ao careca de barba do Posto Shell,que me indicou o caminho certo.
Enfim,achei a segunda rua.E andei,e andei,andei bastante.Finda a segunda rua,precisei procurar pouco a terceira pois logo a achei.E vou andando,ja atrasado e com medo de não conseguir meus ingressos e me complicar.
Achei o prédio,no numero 352.Na portaria,peço para falar com a Juliana,que foi quem entrou em contato via e-mail comigo.O porteiro retruca,logicamente perguntando de que empresa seria essa Juliana.Ao qual eu respondo,meio desanimado: "não sei".
Porque de fato eu não sabia.O nome da comunidade que me ofertava o ingresso eu sabia,mas uma outra empresa toma conta dessa parte promocional,e eu simplesmente não anotei o nome da referida.Então expliquei mais ou menos o que eu fazia ali,e sabe la Deus como o porteiro encontrou o meu destino.
Quando abri a porta a realidade me veio realmente a tona,caiu a ficha.Porque até então eu via a coisa toda com uma frieza,não acreditando muito.Convenhamos,dentre algumas milhares,creio eu,de participações porque justamente eu ganharia o único par de ingressos?.Fato é que ganhei,e quando me vi dentro da empresa e com os ingressos na mão,senti uma alegria absurda.
Uma rápida conversa com a Juliana e com o Marcelo(se não me engano),foto para posteridade tirada,iniciei o caminho de volta para casa,com uma pontinha de ansiedade brotando no peito.
Os ingressos dariam acesso para os treinos no sábado e para a corrida no domingo.Infelizmente sábado não pude ir,mas domingo estaria la.E estive,ou melhor,estivemos

A Corrida

Sim,estivemos.Plural.Éramos dois,eu e minha incansável companheira de eventos estranhos e que coincidentemente vem a ser a minha namorada.
Repito agora a frase inicial do post:"Eu tenho muita sorte".Porque além de ter uma namorada incrível,ainda ganhei uma companheira fiel de eventos aleatórios.Inclusive corridas!.Logo que falei que tinha ganho os ingressos,ela prontamente manifestou desejo de ir.Nada mais justo do que levá-la,ora pois.
Então acertamos de ir,e fomos.
Domingo,6 da manhã,mais ou menos acordamos.Dia lindo,aprazível,digno de passeios ao ar livre.O tempo prometia:frio,céu cinzento e uma chuva fina,sendo que na noite anterior choveu pesado com direito até a ventania.O dia prometia,com toda certeza.
Mochilas arrumadas,lanches preparados (experiências anteriores nos ensinaram a levar lanches e refrigerantes de casa),la fomos nós rumo ao Anhembi,palco da etapa brasileira da Fórmula Indy.
Ônibus até o Metro Tietê,onde pegamos os ônibus disponibilizados pela SpTrans que nos levariam até o Anhembi.Antes,compramos nossa capa de chuva,pela bagatela de 5 mangos.Que seriam 10 se minha namorada não demonstrasse sua habilidade em pechinchar.
Chegamos.Frio,chuva,mas felizes.Só quem gosta mesmo,ou ja esteve num evento desses sabe como é o espírito da coisa.Pode estar o tempo chuvoso,frio,ou um sol escaldante,impossível não se animar ao menos um pouco com o clima do lugar.
Logo quando chegamos,ao entrar no Anhembi rumo a nossa arquibancada,os carros saíam para o warm-up e pude ouvir o som dos motores cortando a reta do Sambódromo.O ronco grosso dos V6 turbinados,novidade desse ano da Indy,me arrepiou.Ver os carros que a gente só ve na TV ali tão perto,e saber que ali estão correndo pilotos de quase todos os lugares do mundo é realmente emocionante.
Acabou o warm-up,show de motos e demonstração dos Fórmula Truck entreteram o público na manhã fria e feia de Sp.Tempo cinza e um Sol tímido fizeram o pano de fundo do evento,mas pelo menos a chuva deu uma trégua.
Ja próximo da largada,e antes da mesma,o desfile dos pilotos mostrou a parcialidade dos presentes ali.Quando os brasileiros passava,em especial o Rubinho,a torcida aplaudia efusivamente.Pelo menos ali o patriotismo ficava evidente.
Ansiedade para o início da peleja automobilística.Depois de tantas corridas vistas na TV,finalmente veria uma disputa bem ali,na minha frente.Pena que o Anhembi não da a visão privilegiada que Interlagos nos oferece.
Em Interlagos é possível,da arquibancada da reta dos boxes,ver algo em torno de 90% do circuito.Ou seja,você realmente VÊ a corrida inteira,tornando necessário o telão apenas para o S do Senna e pra reta oposta.No Anhembi era possível ver apenas o pedacinho de reta que ficava na nossa frente,e a freada do retão da Marginal.Mas graças a Deus tinha um telão posicionado estratégicamente à nossa frente,o que nos garantiu a possibilidade de acompanhar boa parte da corrida.
Destaques da corrida,ao meu ver foram o vencedor pelo terceiro ano consecutivo,Will Power.Anda muito,guia muito,é realmente diferenciado.E a brasileira Bia Figueiredo também merece menção honrosa.Andou muito bem,fez duas ultrapassagens na saída do "S do samba" dignas de aplauso,pena que teve que poupar combustível nas voltas finais,tomou uma punição por excesso de velocidade nos pit-stops e ainda ficou presa numa batida.Pura falta de sorte.
Barrichello e Kanaan sofreram com uma estratégia errada da equipe.Ainda,pra piorar,o Barrichello alegou uma falha no carro que lhe tirava velocidade nas retas,fato que aparentemente é verdadeiro dada a facilidade com que ele levou ultrapassagens no retão da marginal.Kanaan também teve problemas,mas externos.Ficou preso num acidente no final da corrida,o que fez com que caísse para 12° lugar.
O único que se deu bem mesmo foi Hélio Castroneves,que saiu em 18° e fez uma corrida arrojada,com uma estratégia de parada nos pits bem diferente dos demais,foi beneficiado pelas bandeiras amarelas e terminou numa bela 4ª posição.
E no fim do dia,além do cansaço,uma felicidade enorme era a tônica dos nossos corações.Além de tudo,ainda ganhei uma camiseta linda da minha amada.
Esse 29/04/2012 ficará sempre marcado,imortalizado em fotos e principalmente em lembranças.Agradeço de coração ao Carro Universitário que me proporcionou a chance de ver a corrida de perto,e em especial a Juliana Avila pela atenção e paciência com a minha demora em responder o e-mail.
Agradeço também a minha namorada,Débora Zanetti Ferreira,pelo incentivo,compania e falta de senso suficiente em sair da cama as 6 da manhã num domingo frio e chuvoso (muito obrigado anjo,foi muito especial ter você lá comigo.Te amo muito).

domingo, 22 de abril de 2012

As vezes...

As vezes o caminho não é tão mais verde quanto era.
As vezes, de vez em quando, o lado bom das coisas fica tão escondido que nossos olhos cansados não conseguem enxergar. E ficamos tristes, e nos irritamos, e qualquer pé de vento mais saidinho se transforma em um vendaval digno de cinema.
E esse amargo no peito vai pouco a pouco nos minando, transformado-nos em algo que não somos. Do sorriso corriqueiro surge um semblante carregado, uma introspecção que até ontem não nos era devida. E a bola de neve só aumenta, e as coisas vão ficando mais difíceis a cada dia.
Até que um par de olhos, aquele mesmo ja nosso velho conhecido, como um passe de mágica traz, por intermédio do teu brilho característico, um facho de luz nesse véu de escuridão. E você se vê como um idiota por ter desperdiçado tanto tempo e tantos sorrisos e tantas palavras doces por algo que nem sabe exatamente o que é e nem como veio.
Mas tudo tem seu lado bom. Você acaba entendendo a extensão das suas falhas e procura amadurecer, crescer. Entende que a força que a pessoa que você ama tem na sua vida é infinitamente maior do que você pode considerar usando a lógica rasteira. Sente que o amor tem uma extensão tão enorme que apenas quatro letras são uma forma injusta de definir tamanho poder.
E,o melhor de tudo, revê as velhas emoções de sempre no seu devido lugar, o sorriso no rosto, ombros leves e disposição para mais uma semana. Tudo isso pela graça de dois olhos brilhantes.

domingo, 1 de abril de 2012

Mágoas,Amarguras,Exageros e Eu.

Nós, seres humanos, somos uma piada né.
Um pinguinho de chuva que cai mais torto ja é suficiente pra acabar com a beleza dos céus regando a terra.Trocando em miúdos,pequenas ações que saem do nosso caminho dito como ideal ja são suficientes para nos fazer entristecer.
E o pior,pela tristeza que toma conta do coração,nos esquecemos do que de fato é importante,da essência.
Eu tenho algumas qualidades e zilhões de defeitos,assim como todo mundo.Mas tenho também qualidades/defeitos,como uma faca de dois gumes.Certas coisas,que para muitos seriam o fim do mundo,para mim não passam de meros detalhes,não me ofendem.E pequenas coisas,que para muitos não são nada,para mim acabam sendo motivo de uma mudança de humor significativa.
Aí entra outro defeito meu,o de não falar.Guardo a minha mágoa ou tristeza,não compartilho.Por N razões,mas costumeiramente por achar que não deveria falar.E tal atitude magoa pessoas que amo,e me magoa.
Mágoa não é a palavra certa,melhor dizer que meu coração fica amargo.E como pouca desgraça é pouca,sou sempre tomado de uma enxurrada de pensamentos ruins,e vira tudo uma grande bola de neve.Quanto mais penso na coisa,pior fico,mais amargurado fico,e mais pensamentos ruins aparecem.
O ponto positivo de tudo isso é que sei como sou,por conviver tanto comigo.Ser introspectivo e autocrítico tem la seus pontos bons.E sei que a coisa só vai melhorar e sempre melhora quando me esqueço de tudo,e deixo pra mais tarde.Aí sim,vendo tudo de uma forma mais racional,tiro todo o excesso e penso no que aconteceu com frieza e clareza.
Depois da tempestade vem a bonança,e é uma sensação muito boa sentir os velhos sentimentos bons e tranquilos tomando conta de mim.Tudo volta pro seu lugar,a vida volta a ser bela e os problemas ou agruras voltam a ter o seu tamanho exato.

quinta-feira, 15 de março de 2012

O Primeiro Passo

Há quem diga que o primeiro passo sempre é o pior.As vezes pela inércia,pela "vontade" ou comodidade de permanecer no mesmo lugar.E as vezes pela dificuldade inerente ao passo,ou seja,questões ou coisas que atrapalham e retardam o desejado passo.
Escolhi a Engenharia Mecânica como profissão,além da paixão que guardo pela mesma.E como toda profissão nova,a inexperiência e falta de conhecimento da coisa complicam o passo principal e mais importante de todo estudante: o primeiro emprego ou estágio (no meu caso).
Além de obrigatório,o estágio é talvez a principal fonte de aprendizado para um estudante,principalmente de Engenharia.Há uma lacuna enorme entre o que é a Engenharia ensinada na sala de aula e o que é a sua aplicação diária.Segundo o Eng. Edemar Amorim,ex presidente do Instituto de Engenharia,"na falculdade aprendemos somente a pensar como engenheiros,mas a arte da coisa mesmo aprendemos no dia-a-dia".
Tendo ciência disso,e cursando o penúltimo semestre do referido curso,o fato de ainda não ter estagiado me causava aflição.Sabia que estava perdendo um precioso tempo e que estava deixando de vivenciar experiências que seriam muito importantes para a minha formação.
No quesito estágio,tive uns bons fracassos,mas tive sucessos também.Dois,para ser mais preciso.
Ano retrasado narrei a epopéia junto à Cesário Fórmula ( parte 1 , parte 2 ,parte 3 , parte 4 ).Como descrito nos textos,até então essa vaga era um sonho que eu sempre considerei absolutamente distante e impossível.Infelizmente,para trabalhar na equipe eu deveria viajar muito tempo com a equipe,e consequentemente me afastar demasiadamente da faculdade.Impossivel,evidente.
Por esse motivo declinei do convite,com uma dor intensa no coração.
Agora o inesperado mais uma vez atravessa a minha vida.Ano passado,em julho,prestei concurso público para um estágio na Sabesp.Fui razoavelmente bem na prova,mas no resultado final percebi que não assumiria a vaga logo de cara.
Por sorte,e por fatores que me remetem ao Pai e a sua intercessão,fui chamado mês passado para assumir a vaga.
Confesso que praticamente ja tinha esquecido da mesma,e fiquei absolutamente feliz com a novidade.Era necessário,e era um desejo profundo atuar na área,e o setor de manutenção da Sabesp é devéras empolgante,como pude verificar in loco (ver as bombas abastecendo um bairro ao vivo é muito mais legal do que vocês imaginam).
Eu tinha em mente,antes da boa nova,que o único ponto da minha vida que não me agradava plenamente era o setor profissional.Estou cursando a graduação que desejo.Meus amigos são OS amigos,na plenitude total da palavra.Minha amada é um sonho em forma de mulher.Minha família me da total apoio nas minhas decisões,mesmo quando uma delas,a de estagiar,causa um desequilíbrio na organização central da casa,visto que eu trabalhava com meus pais e foi necessária,com a minha saída,a contratação de outro empregado,que provavelmente dará muito prejuízo até pegar a "manha" da coisa.
Então,só me restava essa área em desagrado.Ou seja,com o início do estágio me vi completamente satisfeito e tranquilo.Mas o mais engraçado de tudo é a velocidade com que os sonhos se sucedem.Agora que o furor inicial da novidade vai passando,me vejo novamente planejando,sonhando,prevendo e desejando outros e maiores passos,novas realidades.
Caminhar é preciso,e meu sonho,como em todo bom engenheiro,tende ao infinito!

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Reapaixonar-se

Reapaixonar-se.
Fazer renascer,reviver,relembrar,recriar.
Trazer novamente à tona o calor,que não foi esquecido nem se esfriou.
Mas dar vida nova,sangue novo.

Reapaixonar-se.
Fazer do mesmo o novo.
Fazer do beijo conhecido um novo beijo.
Beijar como se fosse o primeiro,ou o último.

Reapaixonar-se.
Dizer eu te amo com o brilho inconfundível nos olhos
O mesmo brilho,os mesmo olhos
Mas o sentimento não é o mesmo.É novo,é o velho novo,o velho novo de sempre.

Reapaixonar-se.
Prometer,refazer as mesmas promessas e juras.
Jurar amor eterno,paixão eterna,eternidade necessária dos amantes.

Reapaixonar-se.
Sentir o peito arder,o coração bater mais forte madrugada adentro.
Queimar neurônios tentando traduzir o intraduzível,dizer o indizível.
Rodeios,florear simples palavras só pra dizer o que ja foi dito
Dissolvido em lágrimas e tatuado no peito pelo abraço forte.

Reapaixonar-se.
É se olhar no espelho e rever a mesma face
O mesmo sorriso,o mesmo sorriso incontido
E ler nele tudo aquilo que não está escrito em bom papel
Mas que está por ai,que sempre esteve,e sempre estará.
E pedir,com todo fervor
Que tal dádiva esteja em nós,e que faça de nós a sua morada,o seu porto
E que nos conceda sempre a glória

De reapaixonar-se.


Esses românticos apaixonados viu...ô raça.

domingo, 19 de fevereiro de 2012

Lobo em Pele de Cordeiro

Fiquei alguns dias considerando a idéia de fazer ou não esse post.Sei lá, por ser um assunto particular demais para ser exposto assim fiquei pensando se devia ou não escrever esse texto.
Mas,desde o início o blog funcionou,e vem funcionando,para mim como um meio de dar asas à pensamentos e sentimentos.E como nunca quis ser popular ou fazer média com quem quer que seja,dissertemos,ora pois.
Dias atrás vi uma imagem no facebook que me fez pensar algumas coisas.Observem e reflitam.

À primeira vista,creio que hajam duas formas de entender a mensagem.Primeiro,a maconha não seria tão maléfica assim,ja que os efeitos descritos na foto não seriam tão intensos quando comparados aos efeitos de uma bebedeira.
Segundo,o álcool é banalmente encarado como algo absolutamente inocente,quando na verdade seus efeitos são tão ruins ou piores do que os efeitos de quando se dá um tapinha.
Sou absolutamente imparcial para falar sobre o assunto,vejamos o porque:
-Meu vô,pai da minha mãe,bebeu demasiadamente a vida toda,a ponto de passar semanas fora de casa.No fim da vida,além da diabetes e demais efeitos do uso excessivo do álcool,ele ficou com problemas mentais.Ou seja,o álcool meio que tirou a lucidez dele.
-Três tios meus sofreram com o álcool,e os três de formas diferentes.Não citarei nomes,óbvio.O primeiro,irmão da minha mãe,se acidentou na estação da Luz estando bêbado.Caiu da escada, bateu com a cabeça em um degrau,teve afundamento craniano,perdeu parte da massa cefálica e hoje tem uma série de sequelas (não anda,fala com uma certa dificuldade,perdeu boa parte da lucidez).O segundo,marido de uma irmã da minha mãe,bebia muito e arrumava uma série de confusões dentro e fora da sua casa.Hoje,depois de muita insistência e de um tratamento meio que a força (minha tia colocava o famoso "tira álcool" no meio da comida dele,e quando ele bebia passava terrivelmente mal,efeito puro do remédio),parou de beber.O terceiro,e o caso mais grave,foi de um outro tio,irmão da minha mãe.Bebeu muito durante boa parte da vida.Bebia tanto,que em dado momento,após fazer um exame descobriu que uma substância do seu fígado estava circulando pelo seu sangue,no corpo todo.E pelo que foi dito,isso só acontecia quando o fígado estava literalmente diluído.
Mesmo assim,o vício era mais forte.Chegou a ficar meses sem beber,quando estava internado numa clínica.Mas a sua mente era doente,o vício estava nela,e quando ele saia fatalmente voltava a beber.E assim fez até o fim da vida,vindo a falecer ano passado,com problemas cardíacos ocasionados pelo álcool.
-Recentemente,ficamos sabendo de um irmão da esposa de um outro tio meu(logo,minha tia)que também vinha bebendo em demasia,chegando a ter derrame.Porém,não abandonava o vício e vem adotando um comportamento mais violento,ocasionado,segundo os médicos,pelo vício acentuado.
-E o caso que ao meu ver é mais pungente,que aconteceu dentro da minha casa.Meu pai bebeu durante boa parte da vida.Ha uns anos atras,essa frequência de bebedeiras foi aumentando,se tornando quase constante.Parou uma vez,teve uma recaída e a coisa ficou pior,bem pior.Ele não era daqueles bêbados violentos,mas tinha um comportamento muito mais agressivo do que o normal.
Mas felizmente ele entendeu que era doente,e de uma hora para outra parou de beber.E vem mantento essa abstinência ja por uns bons anos,a duras penas,é verdade.No começo era normal vê-lo agitado,sentindo os efeitos físicos da falta do álcool no corpo,mas com muita perseverança e teimosia ele vem vencendo essa luta diária.
Não satisfeito com isso,ha mais ou menos dois anos parou de fumar também,e vem seguindo no mesmo processo.Lutando todo dia contra a sua doença,sabendo que o mínimo gole que ingerir vai ser o estopim para algo muito pior.

Esse meu depoimento tem como função a conscientização.Evidente,aqueles que lerem esse texto e forem consumidores de tal bebida,pensarão: "ah,mas isso não vai acontecer comigo.Bebo muito pouco,socialmente.Esse blogueiro-metido-a-escritor ta fazendo tempestade em copo d'água".E eu espero que tenhas razão,e nem você ou alguém da sua família venha a sofrer com esse mal.
O grande problema é que ninguém entende o risco que é o uso do álcool.Apesar de ser uma droga lícita ele tem efeitos terríveis,e não falo da dor de cabeça do dia seguinte ou da sessão de vômitos que pode provocar.Falo de pais que batem em esposas e filhos,e mães que fazem o mesmo.Falo de acidentes no trânsito,falo de familias que perdem entes queridos em circunstâncias assim.Falo da tristeza profunda que é ver alguem que você ama caído pela rua.Falo da vergonha que é quando as pessoas te julgam como um demônio por verem algum familiar teu morando na rua,quando na verdade esse familiar está na rua por vontade própria,por saber que ali não haverão cobranças,nem ninguem querendo acabar com teu vício.
Não pensem que to tentando livrar a cara da maconha,não tiro a sua "responsabilidade" e sabemos bem mal que ela faz.Assim como todas as drogas,cada uma tem o seu efeito,seja ele mais devastador ou não.O problema é que o álcool não é visto como as outras drogas,não se têm aquele pavor que se tem do crack ou da heroína.O álcool é bem visto,serve como ferramenta de interação social (subentenda isso como a cervejinha com os amigos),é sinônimo de diversão.
Creio que um pouco de consciência,e conscientização,se faz necessário.Assim como era com o cigarro ha tempos atrás,hoje a publicidade e a música induz ao consumo.Sinceramente,não acharia nada ruim se houvesse proibição,como se faz com o cigarro.Digo novamente,só quem viveu na pele as agruras do vício ou conviveu com um viciado,sabe do quão devastador é.

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

"....me senti culpado de tão feliz..."





















Um místico profetizou:
'Tava no seu caminho escrito e não se apagará'
Um lírico poetizou:
"Dá pra ver no ar!"....

sábado, 4 de fevereiro de 2012

04/02/2012

Tanta coisa ja foi dita com palavras e olhares,escritas a mão ou não.Mas uma data assim não pode ficar em branco.
1 ano como namorados,13 meses juntos.   
Muito mais que tempo passado como casal,creio q conseguimos algumas boas histórias pra contar,a certeza de ter sempre no outro o apoio e confiança necessários pra tocar a vida,e uma liberdade de amar que beira o sonho.
Momentos difíceis,confusões,pedras no caminho superadas,mas acima de tudo,muita felicidade.Que seja o primeiro de muitos,que seja o primeiro de todos.

Te amo muito,Débora Zanetti Ferreira

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

A Cor do Som-Eleanor Rigby

Nesses últimos tempos o blog anda tão abandonado que até as músicas,minhas amadas músicas,não vêm sendo postadas.Descaso,puro descaso.
Mas antes tarde do que nunca,não é mesmo?E aproveitando o clima de carnaval,trago dessa vez algo bem diferente.Peculiar até,que provavelmente causará reações bem opostas naqueles que se atreverem a ouvir: ou amarão e acharão genial,ou odiarão com todas as forças.

Resuminho da banda:

A Cor do Som surgiu como grupo em 1977,porém eles ja tocavam juntos servindo de banda de apoio do Moraes Moreira ha alguns anos.Lançaram seu primeiro álbum em 1977,homônimo.
O talento da banda,bem como o virtuosismo de seu guitarrista Armandinho,comparado muitas vezes ao Eddie Van Halen, chamavam tanta a atenção que mesmo fazendo música instrumental num país que rejeita tal tipo de arte,ganharam notoriedade.
E essa notoriedade foi tamanha que foram convidados à tocar no Montreux Jazz Festival,sendo a primeira banda brasileira a tocar no famoso festival suíço.E o vídeo tema desse post traz uma performance ao meu ver avassaladora e surpreendente.Uma versão de Eleanor Rigby,dos Beatles, no melhor estilo frevo.
Espero que aprovem.

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Non Dvcor,Dvco

*Filhos da diáspora,
Filhos da destruição,
Filhos do massacre,
Dispersos pelo mundo,
Crescendo em terra estranha,
Perseguidos por dois milhões de fantasmas,
Teus filhos,quando adormecem,
Mãe Armênia
Te sonham em línguas estrangeiras.

Diana Der Hovanessian,1995

São Paulo,458 anos honrando a frase estampada em sua bandeira.A grande metrópole que conduz essa bagunça que chamamos de Brasil.
São Paulo é terra de contrastes.Uma cidade que abraçou e abraça imigrantes de toda parte do mundo (como os armênios citados no texto que abre o post) e os inclui amavelmente também é a cidade que segrega seus moradores,sejam em favelas ou ruas.
São Paulo,a cidade que não para.Transeuntes apressados,e que de tão apressados não vêem a beleza escondida entre prédios e muros.E tanta pressa acaba empacada nos teus famosos congestionamentos kilométricos,intermináveis,massantes.
São Paulo,cidade tão singular que assusta quem por aqui chega,mas que seduz quem consegue entender a beleza "da dura poesia concreta de tuas esquinas e da deselegância discreta de tuas meninas"**,como diria Caê.
São Paulo,todos nós,paulistanos criados na loucura que lhe é peculiar,te louvamos e agradecemos tudo que nos oferece.
São,São Paulo meu amor***.Feliz aniversário,e que os próximos 458 anos sejam mais justos com a grandeza que tens.


*Poema encontrado na estação Armênia,linha azul do metrô.
**Trecho da música Sampa,do Caetano Veloso
***Trecho da música São,São Paulo,do Tom Zé