Contemplação

Contemplação

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Tempo

Fazer o tempo parar..
Essa frase é tão velha que ja nem deveria ser usada.Deveria ser considerada clichê de música romântica,e ser escondida naquele baú de velhas expressão não mais usadas.Mas tal frase é tão viva,e se faz tão presente no nosso dia-a-dia,que insistimos em usá-la.
E muito mais que isso,praticá-la é o grande sonho de todo casal.Imagina só,parar o tempo,controlá-lo,fazer ele escorrer da forma que mais lhe apetece...
Eu queria ter esse poder,e fazer com que fiquemos juntos por muito mais tempo do que o possível.Fazer o tempo passar bem devagar,cadenciado,num passo calmo,sem pressa.Assim te abraçaria mais,provaria do doce sabor dos teus beijos por horas a fio,teria você nos meu braços dias inteiros.E o tempo passaria assim,de mansinho,não perderíamos tantas horas fora de casa.
E uma tarde duraria um mês,e nos deliciaríamos com a vista do parque por dias inteiros.E caminharíamos sem pressa,ouvindo a consonância suave do vento com o canto dos pássaros,o sol acariciando a nossa pele.E assim eu poderia admirar por semanas a dança dos teus cabelos conduzidos pela brisa.Poderia também me embriagar no teu perfume,e me deixar perder na beleza divina do teu rosto.Ou então enlouquecer de desejo ao vislumbrar teu corpo tão proximo ao meu....
Pena,pobre mortal que sou não tenho tal poder.Contento-me com as horas que parecem segundos quando estamos juntos,e quando não te vejo luto com uma saudade voraz.Mas sou feliz,porque sentir saudade é bom,e porque sei que logo logo te verei,e terei seu abraço para me confortar,seu beijo para me alegrar seu sorriso para me iluminar....

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

É...²

E de bagunça em bagunça a gente vai vivendo,se descobrindo e descobrindo que tanta bagunça serve pra clarear algumas coisas.E é tanta bagunça que um texto que deveria ser pra cima saiu um tanto quanto down.
E é curioso,porquê estou contente.Mas dei tanta atenção às bagunças vividas que me esqueci de citar que esses dias bagunçados têm me feito muito feliz,de uma forma especial.

Inspiração,alegria,carinho,luz.
Da vida surgiu uma nova vida,desde que te abracei.
Da felicidade,uma nova razão,desde que te beijei.

E daquele dia,uma nova vontade,um novo caminho.

Mais ou menos isso.

domingo, 23 de janeiro de 2011

É...

Por N motivos eu tinha decidido não escrever nada por aqui durante uns tempos.Dias bagunçados,sentimentos bagunçados e demais bagunças me fizeram ter um certo receio de postar algo aqui e acabar escrevendo o que não devia.Todavia,depois da noite de ontem e manhã de hoje,as coisas se bagunçaram ainda mais e digamos que está tudo de pernas pro ar.Certos sentimentos nascidos de uma hora para outra vem se fortificando,e tomando proporções nunca antes imaginadas.E é tudo muito estranho,é tudo muito intenso...E agora cá estou eu,me sentindo perdido,como se faltasse algo de mim.
E falta mesmo..e como falta.



Volta logo....

domingo, 16 de janeiro de 2011

Busca

Porque no final não haverá nenhum "TALVEZ" e sim a certeza de que minha vida valeu a pena e eu fiz o melhor que podia.

E nessa busca perene sigo.Ouvindo os gritos do coração,e pagando muitas moedas de ouro por suas consequências.
Se acerto ou se erro,não sei.Saberei apenas e tão somente com o passar do tempo.Mas sempre acreditei que quem segue o coração tem lá as suas regalias,como por exemplo uma estranha e misteriosa sorte.Por mais intrincado que seja o caminho,chega-se ao final do mesmo intacto,e com todos felizes.Ja dei muitos passos nesses caminhos incertos,e até agora estou são e salvo.Mais uma vez sigo os desejos do meu coração,e mais uma vez tudo fica incerto.Complicado,difícil.Mas só nós sabemos o que sentimos,não é mesmo?E só nós sabemos o quanto sofremos pelas consequências desses sentimentos,e só nós sabemos quão imenso é o desejo de trazer a paz a todos novamente.E só nós sabemos o quanto é importante essa paz para a nossa paz,e só nós sabemos que faremos tudo para tê-la.Por mais difícil que seja,por mais improvável que seja.

Na minha fantasia...

..ainda sou teu pierrô.E dos sentimentos ainda sou escravo,submisso.Como uma canoa numa tormenta,leve folha seca na ventania.Um mero fantoche nas mãos impiedosas do destino.Perdido,sem saber que rumo tomar,sem entender o porque,sem saber o final do meu personagem nesse teatro das fraquezas humanas.
És o que deveria não ser,aconteces com quem não deveria acontecer.Porque tanta complicação,porque tanta dor?És impossível,mas tão bela..És impensável,mas desejo tanto..Estás tão perto,mas não o suficiente.Queria que fosses minha.Mas maldita igualdade,que de tão profunda nos faz tão ímpares.
E os laços que nos une.E o destino,que nos coloca frente a frente.Só você e eu,juntos,sem ninguem para nos atrapalhar ou censurar.Mas a consciência,essa estúpida censora,nos impede.Cria um muro entre nós e nos toma o direito de ter o mundo,ter a vida toda.
Queria sumir,queria não errar tanto,queria acertar uma vez.Me odeio,por gostar tanto de quem não deveria,por calar meu sentimentos em nome dos teus sentimentos,e por não conseguir acabar com meus sentimentos em nome da minha paz.Não sei o que fazer,não consigo olhar para frente e ver esperança de mudança.É tudo tão confuso,tão improvável.Queria ter o poder de controlar meus sentimentos.Pelo menos uma vez,para acabar com essa angústia,com essa confusão.Apenas uma vez queria não gostar tanto de ti,e cuidar mais de mim.


Pensamentos inspirados na rubra confusão dos sentimentos humanos

Escrito na data de 16/11/2010.

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Roupa Nova-Sapato Velho

Primeira Jukebox do ano.E trago dessa vez uma banda que embalou boa parte do meu ano passado,e com certeza embalará com suas doces melodias esse e muitos outros anos ainda.
O Roupa Nova é uma grande banda de pop rock/mpb/ou qualquer nome que se possa dar,que segue uma linha mais romântica nas suas letras e prima por um instrumental/vocal de altíssimo nivel.Só quem os viu ao vivo sabe do que estou falando.Aliás,no fim do ano passado tive a oportunidade e o prazer de vê-los fazendo um trecho da musica tema desse post à capela.É incrível como as vozes se completam,e o resultado final é sublime.
O embrião do Roupa Nova data de 1967,ainda como os Famks.Em 1970 entrou Nando,baixista.Em 1971 entrou Cleberson,organista e posteriormente pianista.Em 1975 se juntaram ao grupo Kiko,Feghali,e Paulinho (guitarra solo/vocal,guitarra base/baixo/teclados/vocal/vocal solo,vocal/vocal solo/percussão,respectivamente).No fim dos anos 70 entra para a banda o ultimo membro,o grande baterista/vocalista Serginho.E assim se formava o grupo,que segue nessa mesma formação até os dias atuais.
Essa música é de 1981,e abre o disco de estréia do Roupa Nova.Os anos em que tocaram como banda de baile lhes deu uma segurança e um entrosamento que se reflete muito bem nesse primeiro album: mesmo sendo um album que marca a mudança de rumo da banda,é muito coeso e de uma qualidade sem igual.Espero que apreciem.


Você lembra, lembra
Daquele tempo
Eu tinha estrelas nos olhos
Um jeito de herói
Era mais forte e veloz
Que qualquer mocinho
De cowboy
 
Você lembra, lembra
Eu costumava andar
Bem mais de mil léguas
Prá poder buscar
Flores-de-maio azuis
E os seus cabelos enfeitar
 
Água da fonte
Cansei de beber
Prá não envelhecer
Como quisesse
Roubar da manhã
Um lindo pôr-de-sol  
Hoje não colho mais
As flores-de-maio
Nem sou mais veloz
Como os heróis
 
É, talvez eu seja
Simplesmente
Como um sapato velho
Mas ainda sirvo
Se você quiser
Basta você me calçar
Que eu aqueço o frio 
Dos seus pés







domingo, 9 de janeiro de 2011

O Gato Sou Eu

Gostaria de saber o que há na água de minas.Pois é a unica explicação plauzível que encontro para o estado ser celeiro de tantos artistas de elevada qualidade.Os outros estados que me perdoem,mas uma terra que nos brindou com a musicalidade refinada do Clube da Esquina tem que merecer certas honrarias.
Mas o tema desse post não é nada relacionado a música.Pelo menos não diretamente.Trago para vocês uma crônica de um escritor mineiro que amo,chamado Fernando Sabino.Sabe lá Deus porque,mas ele não tem a "fama" que merecia.
Sabino é dono de um fino senso de humor e de uma leveza nas palavas sem igual.Criou textos maravilhosos de uma simplicidade tocante.E é daqueles autores que a gente lê e nem ve passar o tempo.
Abaixo vai a íntegra de uma das suas crônicas,que pode ser encontrada no livro que leva o mesmo nome.


"O Gato Sou Eu-Fernando Sabino.

-Aí então,eu sonhei que tinha acordado.Mas continuei dormindo.
-Continuou dormindo.
-Continuei dormindo e sonhando.Sonhei que estava acordado na cama,e ao lado,sentado na cadeira,tinha um gato me olhando.
-Que espécie de gato?
-Não sei.Um gato.Não entendo de gatos.Acho que era um gato preto.Só sei que me olhava com aqueles olhos parados de gato.
-A que você associa a imagem?
-Não era uma imagem:era um gato.
-Estou dizendo a imagem do seu sonho:essa criação onírica simboliza uma profunda vivência interior.É uma projeção do seu subconsciente.A que você associa ela?
-Associo a um gato.
-Eu sei: aparentemente se trata de um gato.Mas na realidade o gato,no caso,é a representação de alguém.Alguém que lhe inspira um temor reverencial.Alguém que a seu ver está buscando desvendar o seu mais íntimo segredo.Quem pode ser esse alguém,me diga?Você deitado aí nesse divã como na cama em seu sonho,eu aqui nessa poltrona,como o gato na cadeira...Evidentemente esse gato sou eu.
-Essa não,doutor.A ser alguém,neste caso o gato sou eu.
-Você está enganado.E o mais curioso é que,ao mesmo tempo,está certo,certíssimo,no sentido em que tudo o que se sonha não passa uma projeção do eu.
-Uma projeção do senhor?
-Não,uma projeção do eu.O eu,no caso,é você.
-Eu sou o senhor?Qual é,doutor?Está querendo me confundir a cabeça ainda mais?Eu sou eu,o senhor é o senhor,e estamos conversados.
-Eu sei: eu sou eu,você é você.Nem eu iria por em dúvida uma coisa dessas,mais do que evidente.Não é isso que estou dizendo.Quando falo no eu,não estou falando em mim,por favor,entenda.
-Em quem o senhor está falando?
-Estou falando na individualidade do ser,que se projeta em símbolos oníricos,dos quais o gato do seu sonho é um perfeito exemplo.E o papel que você atribui ao gato,de fiscalizá-lo o tempo todo,sem tirar os olhos de você,é o mesmo que atribui a mim.Por isso é que eu digo que o gato sou eu.
-Absolutamente.O senhor vai me desculpar,doutor,mas o gato sou eu,e disso não abro mão.
-Vamos analisar essa sua resistência em admitir que eu seja o gato.
-Então vamos começar pela sua insistência em querer ser o gato.Afinal de contas,de quem é o sonho: meu ou seu?
-Seu.Quanto a isto,não há a menor dúvida.
-Pois então?Sendo assim,não há também a menor dúvida de que o gato sou eu,não é mesmo?
-Aí que você se engana.O gato é você,na sua opinião.E sua opinião é suspeita,porque formulada pelo consciente.Ao passo que,no subconsciente,o gato é uma representação do que significo para você.Portanto,insisto em dizer: o gato sou eu.
-E eu insisto em dizer: não é.
-Sou.
-Não é.O senhor por favor saia do meu gato,que senão eu não volto mais aqui.
-Observe como incoscientemente você está rejeitando minha interferência na sua vida através de uma chantagem...
-Que é que há,doutor?Está me chamando de chantagista?
-É um modo de dizer.Não vai nisso nenhuma ofensa.Quero me referir à sua recusa de que eu participe de sua vida,mesmo num sonho,na forma de um gato.
-Pois se o gato sou eu!Daqui a pouco o senhor vai querer cobrar consulta até dentro do meu sonho.
-Olhe aí,não estou dizendo?Olhe a sua reação: isso é a sua maneira de me agredir.Não posso cobrar consulta dentro do seu sonho enquanto eu assumir nele a forma de um gato.
-Já disse que o gato sou eu!
-Sou eu!
-Ponha-se para fora do meu gato!
-Ponha-se para fora daqui!
-Sou eu!
-Eu!
-Eu!Eu!
-Eu!Eu!Eu!"

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Desfecho do Desfecho (ou Até Logo)

Dizer não a uma proposta de emprego é difícil.Dizer não a uma proposta de emprego que garantiria uma promissora carreira é mais difícil ainda.Agora dizer não a uma proposta de emprego que garantiria uma promissora carreira na área que se ama é de cortar o coração.E fui isso que fiz.
Certas horas é preciso dizer não para uma proposta irrecusável em nome de um objetivo maior.Não me refiro a valores monetários,mas sim a oportunidade que eu sonhei durante toda a vida.
Por uma incompatibilidade de tempo tive que declinar ao convite feito para embarcar no meu maior sonho,trabalhar com automobilismo.Não podia e não posso passar uma semana toda,ou algumas semanas, longe da faculdade.Atrapalharia meu desempenho e meu aprendizado,atrapalharia os primeiros passos de uma carreira longa (assim espero).Mas tudo bem,é preciso ter os pés no chão,e que esse "não" seja apenas um "até logo".Dois anos passam rápido,muito rápido.