Contemplação

Contemplação

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Tudo Vai Passar

Essa é uma daquelas parábolas que eu tanto gosto,e que nos fazem pensar sobre as coisas da vida.Confesso que não tenho a mínima idéia de onde ouvi tal história,ela meio que brotou na minha cabeça hoje.Mas enfim,acho que cabe não só nesse momento mas em todos os outros também.


"Diz a lenda que a muito tempo atrás havia um rei extremamente sábio e que fazia de tudo pelo bem do seu povo.Certa vez tal rei ganhou de um de seus admiradores um anel de ouro.Um ouro tão puro que logo de cara o rei decidiu que o usaria sempre.Para dar mais valor ao presente,o rei pediu a um velho sábio que entalhasse na peça uma frase que o consolasse nos momentos difíceis e também o trouxesse para a realidade nos momentos de soberba alegria.Um tempo depois o rei recebeu de volta a jóia,e entalhada em letras cuidadosamente feitas era possivel ler:

TUDO VAI PASSAR".


Bom,acho que é meio auto-explicativo né.Nada é para sempre,todo sofrimento é passageiro e toda a alegria também.Entre um e outro,fica o ponto onde você decide como vai ser.Feliz,aproveitando as coisas boas da vida ou um alguém triste,sempre esperando e esperando e esperando...

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Eu vi Deus...e Ele tocava bateria

E foi essa a impressão que tive ao sair do Carioca Club na última sexta-feira.Depois da chuva veio a bonança,e a noite que prometia ser um fiasco foi com certeza uma das mais intensas,musicalmente,da minha vida.Vamos à epopéia.

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Norah Jones

Considerações em forma de tópico.Sim,preguiça,e da braba.

*O show foi lindo.Só quem esteve lá de corpo e alma é que vai saber o quanto foi tocante

*A Norah canta muito,mas muito, mas muito bem. E o que ouvimos nas gravações de estúdio se repete nas apresentações ao vivo. Ou seja,uma voz doce,melodiosa,e infinitamente bela.

*A Norah é linda.Detalhe machista,eu sei.Mas ela é.Linda,deslumbrante.Mas não é uma beleza que “te ataca”.É uma beleza pacífica,meio que tímida.

*São Paulo tem muita gente.E muita gente com bom gosto musical,que encara uma patcha fila pra ver um show de uma hora e meia.

*Nota dez para os seguranças.Fui de mochila,levando blusa,livro e demais traquitanas.Se quisesse levar uma ogiva nuclear no bolso menor conseguiria entrar numa boa no show.O policial que me revistou só deu uma olhadela bem preguiçosa no bolso principal.E mais,se eu fosse um homem bomba também explodiria um monte de gente,numa boa.Não fui revistado.

*Me senti um herege,por não conhecer o Museu da Independência nem o Parque da Independência.Lugar lindíssimo,e facinho de chegar.Voltarei lá com mais tempo,e farei uma visita ao nosso amado Dom Pedro.

*Cheguei à conclusão de que preciso ser menos preguiçoso e fazer mais coisas diferentes.Shows,teatro,exposições.A vida artística de SP é vasta e eu to aqui,de bobeira.

*Já disse que a Norah é linda?Ah,já né...ok.

*Jogadinha de mestre do guitarrista da Norah Jones.Depois daquela saída manjada do palco,voltaram e fizeram um set acústico,com 3 músicas.Muito boas por sinal.Ai,nos 45 do segundo tempo,o guitarrista que não sei o nome fez aquele “riff” de Asa Branca,do MESTRE Luiz Gonzaga,em cima da última música do set.Se ele tivesse errado o show inteiro ganharia a minha simpatia naquele momento.Como ele foi impecável,mereceu aplausos inflamados deste que lhes digita e de toda a massa que o assistia.

*Como em todo show que se presa,sempre ha um bêbado para nos fazer rir.E o ilustre desse fim-de-semana era cantor.Voz grave,possante,me lembrou o Ian Curtis,do Joy Division.Inclusive pela feição depressiva do rapaz.

*São Pedro,o bipolar,estava no seu momento paz e amor.Solzinho gostoso,ficou o dia todo escondido e nos brindou bem na hora do show.Maravilha.

É isso.As 2 horas,mais ou menos,que fiquei em pé na fila valeram,e muito.Pena não ter assistido o show do Jesse Harris.Aliás,ele é o compositor do maior sucesso da Norah,Don’t Know Why.Agora,contagem regressiva para o show do mestre Carl Palmer.
Deixo aqui um vídeo da Norah interpretando uma das músicas que mais gosto do repertório dela,Tennesse Waltz.Espero que gostem.

sábado, 13 de novembro de 2010

Teimosia

O pouco,o raso
Nada disso me interessa.
Quero amores,paixões violentas
Fossas colossais.

Fiquem ai,escondidos nas suas carapaças
Fingindo se proteger do inevitável
Eu quero é mais

Quero envolvimento,adoração
Curtir as sensações ao extremo
Viver cada momento como se fosse o último.

Amores de uma noite só,corpos desnudos à rodo
Isso não basta
De nada vale satisfazer o corpo
E entristecer a alma

Envolver-se é elevar-se
É ir além
Buscar a essência,entregar-se.

E se não der certo?
Ora,tudo que é feito com o coração sempre da certo.
Dar certo não é ser eterno
É ser bom suficiente para ser lembrado
E intenso o suficiente para se ter saudade

Sofrer,entristecer-se faz parte
Tudo na vida tem os seus prós e contras
Mas o preço a ser pago é pouco
Perto da glória de ser feliz,de ver alguem feliz.
Tristeza é passageira
E a felicidade pode ser eterna.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Ostra feliz não faz pérola

Falta de inspiração, deve ser....fica triste, e sai um livro..

Tais palavras foram proferidas pela minha querida Cecis,sobre uma lamentação minha acerca de uma dificuldade para escrever.Disse ela também que a frase título desse post é de autoria do Rubem Alves.Confesso que desconhecia,mas tanto a frase do Rubem quanto a frase dela me fizeram pensar algumas coisas.Porque cargas d'água é tão facil se escrever quando se esta triste?Porque a felicidade não nos parece bela quando transformada em palavras?Temos uma inclinação natural para deixar-nos cativar pela beleza monocromática da tristeza?E o arco-íris da alegria,não é igualmente belo?
É engraçado,mas os meus textos que mais gosto são os criados em meio a uma nuvem de melancolia.Melancolia musical,um clima previamente preparado para que as idéias tenham espaço e palco para fluir.Mas porque não faço isso quando estou alegre,ou num clima mais festivo?É curioso,as idéias não brotam.Se faz necessário uma depressãozinha,um vazio no peito,para que as palavras saiam e soem melhores,mais soltas.Caso contrário fica um texto mastigado,quadrado,que vem ao mundo via forceps.E o pior,mesmo nos dias alegres,mesmo nos textos que pregam a felicidade,o pontapé inicial se dá nessa tristeza forçada e vai mudando de acordo com o texto.Nessas mudanças,até taquicardia ja tive!
Loucuras a parte,termino o texto nesse impasse.Aceito prováveis causas dessa nossa predisposição,confesso que não entendo.A beleza tem morada tanto na tristeza quanto na alegria,isso é fato.Porém,é fato que grandes escritores viviam imersos na mais profunda depressão.Augusto Schimidt fez o seu grande poema na ocasião da perda da sua amada esposa.Vai entender...

domingo, 7 de novembro de 2010

Ney Matogrosso-Poema

Não é pratica comum nesse blog a apresentação de duas músicas,quase que simultâneas.Sempre espero pelo menos mais dois ou três posts pra colocar outra música,até para manter uma certa produção de textos próprios.Mas fato é que adoro essa musica,e o Ney é um cara extremamente extremo.Tal redundância se deve ao fato dele ser sempre controverso,a começar pelo visual das suas apresentações,e carregar consigo uma qualidade vocal notável,desde o tempo do Secos & Molhados.Falando em Secos,logo logo eles pintarão por aqui também.
E a música que apresento à vocês é uma composição do Cazuza e do Frejat.Curioso é que não achei nenhum video ou registro do Barão Vermelho ou do próprio Cazuza mesmo cantando tal música.Enfim,a letra é uma pérola,a interpretação do Ney é sublime,e o arranjo é de chorar.Espero que gostem.





Eu hoje tive um pesadelo
E levantei atento, a tempo
Eu acordei com medo
E procurei no escuro
Alguém com o seu carinho
E lembrei de um tempo


Porque o passado me traz uma lembrança
Do tempo que eu era ainda criança
E o medo era motivo de choro
Desculpa pra um abraço ou consolo


Hoje eu acordei com medo
Mas não chorei, nem reclamei abrigo
Do escuro, eu via o infinito
Sem presente, passado ou futuro
Senti um abraço forte, já não era medo
Era uma coisa sua que ficou em mim
E que não tem fim


De repente, a gente vê que perdeu
Ou está perdendo alguma coisa
Morna e ingênua que vai ficando no caminho
Que é escuro e frio, mas também bonito porque é iluminado 

Pela beleza do que aconteceu há minutos atrás


sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Eu quero uma casa no campo....

Saudades do campo,do mato,da poeira tingindo de marrom o céu azul.O Sol quente,o calor que faz suar até quem fica na sombra.Mas um calor gostoso,nada dessa estufa cheia de poluição que temos em São Paulo.
Saudades dos pés de manga nas ruas,com os galhos dobrados,sofrendo com o peso de seus frutos.Saudades das ruas calmas,sem movimento.Dos moradores tranquilos,transeuntes sem pressa,do vira-lata com seu latido sem-vergonha que não assusta nem uma formiga.
Saudades do boa tarde arrastado,da gentileza ao se tirar o chapéu para se cumprimentar um desconhecido.Da paz,do silêncio,do verde,do riacho no domingo a tarde.Das conversas ao entardecer,da vida simples.Da vida.Saudades do tempo em que se vivia,solto,sem preocupações.Sem cadeados nos portões,sem grades nas casas.Saudades do tempo em que o interior ainda era sinônimo de calma,de segurança.Saudades do tempo em que tínhamos a oportunidade de ser gente,e não bicho acuado,com medo.Vivi esse tempo,guardo no coração essas memórias,esses momentos,mas sinto pela minha sobrinha,que provavelmente não viverá tão cedo esse pedacinho de céu.Mas quem sabe assim,numa curva longínqua do tempo,os humanos voltem a ser humanos,a vida volte a ser vivida e o céu tenha novamente o seu showroom na Terra.


Eu quero ter uma charrete como condução
Eu quero respirar ar puro sem poluição
Eu quero como os passarinhos aprender a cantar
Um mundo de sorriso e flores
A vida que eu quero levar

(Rancho,filhos e mulher-Recordando o Vale das Maçãs)