Contemplação

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terça-feira, 26 de abril de 2011

Virada Cultural 2011

Esse post vem com um atraso de pelo menos 8 dias.Situações adversas fizeram com que eu não postasse o mesmo,mas agora que está tudo quase no seu lugar apresento-lhes uma visão particular e totalmente parcial sobre o evento que há 7 anos embala o centro de sampa.
Sucesso mais do que garantido,a virada desse ano teve mais de 1000 atrações,mobilizando não apenas o centro da cidade como também os CEU's,parte da Rede Sesc,teatros e alguns museus.Segundo estimativa otimista da prefeitura de São Paulo passaram nas 24 horas de shows pelo centro da cidade e afins cerca de 4 milhões de pessoas ávidas por boa música,bom vinho barato ou boa maconha.Ou então jovens com desejos mais furtivos,tal qual o expresso por um mancebo já em estado levemente alterado pelo álcool:

"Eu quero é mulher nessa porr..."

Excessos à parte,os esforços da prefeitura de impor uma lei seca na virada vieram por água abaixo.Não era preciso esperar muito para se ouvir as propostas de venda de vinho e cerveja proferidas em alto e bom som por ambulantes.Não bastando isso,outras drogas aparentemente tiveram um aumento de consumo,principalmente a já clássica maconha.Praticamente em cada esquina era possível ver jovens usando a referida,deixando aquele cheiro enjoativo no ar,ignorado solenemente por mim graças à um nariz entupido.Ainda bem.
Tratando agora do tema principal da Virada,as atrações culturais mantiveram o bom nível e uma diversidade invejável.Do rock à musica erudita,do stand-up às mágicas,não faltaram opções aos gostos diversos.Por uma questão de cansaço acabei não vendo parte das atrações que mais queria (RPM,Almir Sater,Erasmo Carlos,das que eu lembro).Mas tive boas surpresas,como a big band Jazzco,que teve seu show cruelmente ceifado devido a uma falta de luz.Terrível trocadilho,falta de luz no Parque da Luz.Enfim,tocaram apenas 3 músicas,mas conseguiram deixar um gosto de quero mais no público,que inclusive pediu insistentemente um bis.Espero que na próxima Virada eles sejam lembrados,e que a justiça seja feita.
Outra atração bem legal foi a Orquestra de Câmara da USP,que prestou uma homenagem à Frank Zappa.Não vi essa parte da apresentação,mesmo porque não conheço a fundo a obra do Frank,mas é impossível negar a sua importância na cena mais experimental do rock,e por isso deixo aqui minhas mais sinceras felicitações à Orquestra.Que homenagens assim se espalhem por ai,e busquem outras vertentes.Desse show,conferi o trecho onde foi tocada uma peça do compositor Alberto Ginastera.Tal compositor é idolatrado por Keith Emerson,tecladista idolatrado por mim.Foi uma experiência curiosa ver um tema até então conhecida por este que vos digita apenas no formato do rock sendo executado por uma orquestra inteira.
E o Espaço Nerd foi uma atração à parte.Cosplays,batalhas de sabre de luz e batalhas vikings e demais nerdisses chamaram à atenção dos que ali passavam.Destaque musical fica para a banda Megadriver,que une sons conhecidíssimos do console numa levada bem heavy.
Próximo do espaço nerd,localizado na praça do Correio,ficava o palco que mais me despertou o desejo de conferir,o palco da Maratona Beatles.Montado no boulevard São João,trouxe a banda Beatles 4Ever que tocou todos os álbuns dos Fab Four,incluindo duas coletâneas (Past Masters Vol. 1 e 2).Iniciaram seu show às 18 horas do sábado,e terminaram no domingo por volta de 16:30.Entre cada álbum havia um descanso de 30 minutos e mudavam os figurinos e instrumentos.
A minha intenção era ver o álbum Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band (1967),um marco na discografia da banda e na música mundial.Acabei indo mais cedo para o palco e conferi também o álbum Revolver (1966),o primeiro psicodélico da banda.Poderia ter sido uma experiência mais agradável,e isso não se deve à banda.Mas a infra-estrutura do palco não ajudou em nada.O som estava baixo para quem ficava mais ao fundo,e o boulevard não comporta muito bem o volume de pessoas presentes nas apresentações.
Mesmo assim,deu pra sacar que a banda é das boas.Altamente competentes.Curioso foi ver,depois de 10 horas de show,como o baixista da banda,que naturalmente representa o Paul McCartney,cantar a abertura do Sgt. Peppers da mesma forma que o velho Macca fazia,com aquela agressividade vocal,meio gritada.Show!!!
E o único show de fato que eu curti foi o de abertura do Palco Rock,da incansável Rita Lee,que foi muito feliz na sua colocação quando disse que "Perto da Virada Cultural o Rock in Rio é um cemitério musical".Concordo em gênero,número e grau.
E mesmo não esperando muito do show,me surpreendi.A Rita transmite muita energia.Não tem mais a mesma elasticidade vocal de outrora,nem a mesma potência,mas ainda manda bem.Desfiou e desfilou sucessos,cantados em coro pelo público.O show contou ainda com uma participação mais do que especial de um cover do Michael Jackson,que surpreendeu a todos aparecendo sabe la Deus de onde.
Alem disso,uma lua linda como a muito não se via deu o ar da graça e aumentou ainda mais o clima de romance junto às baladas executadas pela banda,para deleite dos casais ali presentes.
Como sempre,a Virada mais uma vez cumpriu a sua missão:integrar o centro morto de São Paulo com a população,e levar um pouco de diversão para à massa.Fica já a expectativa das atrações que brindarão as 24 horas de cultura gratuita no coração da nossa cidade no ano que vem.
Faço aqui alguns agradecimentos,mais do que especiais e necessários.Acho que deveria fazê-los no começo do texto,visto que serão poucos que chegarão até ao fim do mesmo.Mas enfim:

-À Fer,amiga de sei la quantos anos e parceira consagrada de Virada Cultural e dos seus respectivos personagens exóticos surgidos das profundezas da terra.Valeu pessoa..=D
-Ao namorado da Fer,Renato,que partilhou conosco horas divertidíssimas
-À minha cunhada Júlia e sua inseparável amiga Mariana.Foi muito significativo para nós,e para mim em especial,a presença de vocês.DIG DIN DIG DIN.
-E,evidentemente,à minha amada namorada Débora.O que você me disse ficará marcado pra sempre em mim,e essa noite sempre será lembrada por este bobo aqui com muito carinho.Te amo.

terça-feira, 19 de abril de 2011

Feliz Parabéns,Rei!

E o Robertão entra hoje na casa dos 70.O ídolo-mor de grande parte das mães e pais,e de alguns filhos,chega aos 70 com disposição,demonstrado no ano passado durante extensa turnê,e com o recorde de mais cópias vendidas de seus discos.Feitos notáveis e impossíveis de ignorar,mesmo para quem não gosta da música açucarada do Rei.
Como singela homenagem,posto aqui algumas músicas.As 3 primeiras são regravações de outros artistas,e não por acaso são as que eu mais gosto.O último vídeo data da faze mais soul da discografia do Roberto,e traz uma regravação de uma música do Tim Maia.Espero que gostem.


Ira!-Sentado à Beira do Caminho






Ney Matogrosso-A Distância






Titãs-É Preciso Saber Viver






Roberto Carlos-Não vou Ficar
(e uma banda de arrepiar.As duas baterias são divinas)


Encosta a sua cabecinha no meu ombro e.....dorme?!?

Depois de praticamente um mês longe do blog eu pensei num retorno triunfal,com toda a pompa.Texto longo,com um "Q" de pseudo-jornalismo,sobre a virada cultural e tudo mais.O texto ta pronto,mas ta escuro e eu o fiz escrito a mão,ou seja,não vou conseguir passar agora pra cá.E sim,eu ainda escrevo textos à mão,com a velha e boa caneta Bic e uma folha qualquer.
Mas enfim,mudei de idéia com relação ao texto por um ocorrido engraçado que se sucedeu agora a pouco.Coisa de uma hora atras,enquanto voltava pra casa.Digo que é engraçado o tal ocorrido,mas não pense você caríssimo (a) leitor (a) que rolarás de rir com as linhas a seguir.Não.É que foi diferente.Ou talvez o diferente da história seja eu.Sei lá.
Bom,estava eu no metrô.Mais ou menos meia noite e vinte dessa maravilhosa segunda.Sim,bom humor e paz de espírito são a tônica desse dia.Pelo menos na parte da noite,créditos à Débora Zanetti.Enfim,estava eu la no metrô voltando pra casa,quando senta-se ao meu lado um senhor,que por vontade minha chamarei de "tiozinho".Tal tiozinho tava com aquela cara de cansado,dessas que a gente tem só depois de um dia de trabalho.
Sentou-se ao meu lado,numa boa.E eu lá,lendo muito tranquilo um jornal que achei no metrô.Em determinado momento,creio que entre o Carrão e a Penha,sinto um peso no meu ombro.Coisa leve,nada de mais.Aí resolvo olhar,e me deparo com um boné azul no meu ombro direito.
E o boné azul não estava sozinho,não senhor.Embaixo do boné azul estava o tiozinho,curtindo o seu sono na maior tranquilidade.Aí fiquei naquela indecisão: "o que cargas d'agua eu faço?".
Possibilidades mil não haviam.Na verdade vislumbrei duas: ou deixo tiozinho dormindo aí,ja que ele não pesa tanto e não me incomoda,ou dou aquela cutucada de ombro no referido.
Resumindo,fiquei na minha e deixei o dono do boné azul dormindo no meu ombro.Pensei: "dane-se,a vida é bela" e deixei ele curtir o sono dele tranquilo.Engraçado foi ver a gargalhada,daquelas boas mesmo de balançar a barriga e tudo,do cara sentado à minha frente.Na hora de descer,ja na Vila Matilde,toquei no ombro do tiozinho do boné azul e disse: "acorda'í senão você cai".Ele me respondeu algo totalmente nada a ver,que não lembro agora.Enfim,nada de especial né?
Mas fiquei pensando.O mundo anda difícil,na verdade uma merda.Pessoas sem paciencia explodem por nada,não veêm a grandeza de pequenos gestos ou atitudes.Não sou modelo de ser humano e nem tenho pretensão nenhuma de ser,tenho meus erros e não são poucos.Mas acho que se as pessoas cultivassem essa idéia-"dane-se,a vida é bela"-as coisas seria melhores.Deixar de usar uma palavra mais torta em prol de um bom dia para todos as vezes pode mudar muita coisa.Aliás,um bom dia muda muita coisa,ou um obrigado,ou um sorriso.Enfim,sejamos mais felizes,e menos encasquetados com coisas mínimas.A vida é maior que todas essas picuinhas,e se deixar aborrecer por tiozinhos cansados ou qualquer coisa que o valha é o que menos importa no fim das contas.