Contemplação

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segunda-feira, 30 de abril de 2012

Itaipava São Paulo Indy 300 Nestlé

EU TENHO MUITA SORTE!!!!

 Sempre disse isso, e pelas mais variadas causas,mas tenho muita sorte.A grosso modo poderíamos dizer que sou muito cagado.No bom sentido,evidente. Digo isso porque no final das contas tudo que me atrevo da certo, e algumas coisas que me atrevo mas que pela lógica seriam difíceis de darem certo acabam dando muito certo também.
Esse post terá uma cara de narrativa e falará sobre a minha mais recente epopéia.Minha não,nossa.Enfim,aqui vão as desventuras de um amante de automobilismo num dos dois eventos mais importantes, automobilisticamente falando, da cidade de São Paulo: A Itaipava São Paulo Indy 300 Nestlé.

Como Assim Ganhei?!?!

Essa pergunta que me fiz ao receber um e-mail.Mas antes do e-mail,vamos ao começo.
Sou fã de automobilismo.Acompanho somente 2 categorias de perto (Fórmula 1 e Fórmula Indy) mas leio e tento me envolver com quantas forem possíveis.As emoções que tenho ao acompanhar de perto uma corrida de carros,ou caminhões no caso da Fórmula Truck,são absolutamente arrebatadoras.Não costumo ir muito à Interlagos,e essa ausência é puramente motivada pela falta de verba.Mas sempre que é possível,acordo cedo e atravesso a cidade para curtir de perto as máquinas e o clima descontraído do autódromo.
Das categorias que sigo,a que me cativa mais é a Indy.Pelo formato variado do campeonato que engloba mistos/ovais/e circuitos de rua,pelo elevado nível de disputas e por não ser tão frescurenta quanto a F1.Além do mais,e esse ano em especial,tem a participação festejada e mais do que especial do injustiçado Barrichello,que se juntou ao Tony Kanaan e Hélio Castroneves,compondo o trio de brasileiros que meu lado patriota procura torcer.Na prova de SP e na mítica Indy 500 teremos mais um representante da Terra Brasilis: a pilota (de acordo com a norma gramatical da presidentA Dilma) Bia Figueiredo.Fora os 4 brasileiros,ainda sobra espaço pra torcer pelo australiano Will Power,que é imbatível em circuitos mistos e de rua,mas que nos ovais ainda tem muito o que aprender.Enfim,fato é que gosto muito dessa baboseira de um monte de carros correndo tanto pra chegar a lugar algum.
Sabendo disso minha namorada e companheira fiel me indicou uma promoção do site/comunidade Carro Universitário , que sortearia um par de ingressos.Confesso que recebi a indicação com uma certa indiferença.Não me cadastrei logo que recebi o e-mail com o banner da promoção pois não estava em casa e não poderia entrar em nenhuma rede social,passo fundamental para participar da promoção.E por passar o dia todo fora de casa,só retornando a noite e cansado,acabei não me inscrevendo em casa também.Só fui me inscrever e participar da promoção quando um dia abri meu e-mail na casa da minha namorada,e por incentivo dela.Aquela coisa de "vai amor,se inscreve,vai que você da sorte né?".Ou seja,se não fosse o incentivo dela,nada do que será relatado aqui aconteceria.
Enfim,me inscrevi.E até esqueci que tinha me inscrito,tanto que nem lembrava a data de sorteio.
Até que na sexta passada, dia 27/04/12, abro meu e-mail e vejo uma notificação do site da promoção.Dizia que eu tinha ganho o par de ingressos,e deveria ir até a sede da empresa buscar os ingressos.
Na troca de e-mails,descobri que a empresa ficava na Vila Olímpia,e deveria chegar até la antes das 19 horas.Considerando que eu estava na Bela Vista,e ja eram 17:30,conclui que se corresse bastante e desse tudo certo,chegaria a tempo.Então fui.

A Ida

O bom de morar em São Paulo é que nascemos sabendo que por volta das 18 horas o transporte público vira uma zona.E justamente essa zona que me levaria aos meus ingressos.Então preparei meu espírito,me enchi de coragem,e num misto de surpresa e incredulidade, fui a luta.
Peguei o metrô na linha azul,estação São Joaquim.O plano era simples:
-Pegaria o metrô na São Joaquim,desceria na Luz.Embarcaria na Linha Amarela,sentido Butantã e desceria na estação Pinheiros.Lá,pegaria a linha Esmeralda da CPTM (aquela que margeia o Rio Pinheiros) sentido Grajaú e desceria na estação Vila Olímpia.
Aí viria a parte boa,uma leve caminhada traçada pelo google maps,o parceiro número 1 dos aventureiros urbanos.E assim foi,e assim o fiz.
Linha azul e amarela foram tranquilas.A azul tava vazia,a amarela tinha bastante gente,mas todos desceram na mesma estação que eu.
Nesse ponto,deu medo.
Ja tinha pego a linha Esmeralda antes,mas nunca numa sexta-feira e no horário de pico.E me lembrei de umas imagens,da estação abarrotada de gente.Não foi a melhor recordação que poderia ter naquele momento,definitivamente.
Mas enfim,coragem.
Desci na estação Pinheiros,2/3 dos passageiros que vinham no metro comigo também desceram.E ai foi aquele cenário comum dos paulistanos:correria pra pegar o trem,plataforma lotada,a incansável procura por um espaço para entrar no trem,pessoas se jogando e te empurrando pra entrar no trem,enfim,o de sempre.
Chegando na Vila Olímpia,contei com a cordialidade de um casal,que me cedeu seu espaço limitado no trem para me dar passagem.Quando a porta abriu,uns gritos de "EU VOU DESCER!!!" bastaram para abrir espaço dentre aqueles que tentavam entrar no trem,e la fui eu pra caminhada.
Dei sorte,logo que sai da estação achei a primeira das 3 ruas que deveria seguir para encontrar o local onde pegaria meus ingressos.E andei,andei bastante.
Até que chegou no fim da referida rua,e não achei a segunda.Como na hora do desespero vale tudo,contrariei os princípios masculinos e fui pedir informação.Nesse ponto,agradeço ao careca de barba do Posto Shell,que me indicou o caminho certo.
Enfim,achei a segunda rua.E andei,e andei,andei bastante.Finda a segunda rua,precisei procurar pouco a terceira pois logo a achei.E vou andando,ja atrasado e com medo de não conseguir meus ingressos e me complicar.
Achei o prédio,no numero 352.Na portaria,peço para falar com a Juliana,que foi quem entrou em contato via e-mail comigo.O porteiro retruca,logicamente perguntando de que empresa seria essa Juliana.Ao qual eu respondo,meio desanimado: "não sei".
Porque de fato eu não sabia.O nome da comunidade que me ofertava o ingresso eu sabia,mas uma outra empresa toma conta dessa parte promocional,e eu simplesmente não anotei o nome da referida.Então expliquei mais ou menos o que eu fazia ali,e sabe la Deus como o porteiro encontrou o meu destino.
Quando abri a porta a realidade me veio realmente a tona,caiu a ficha.Porque até então eu via a coisa toda com uma frieza,não acreditando muito.Convenhamos,dentre algumas milhares,creio eu,de participações porque justamente eu ganharia o único par de ingressos?.Fato é que ganhei,e quando me vi dentro da empresa e com os ingressos na mão,senti uma alegria absurda.
Uma rápida conversa com a Juliana e com o Marcelo(se não me engano),foto para posteridade tirada,iniciei o caminho de volta para casa,com uma pontinha de ansiedade brotando no peito.
Os ingressos dariam acesso para os treinos no sábado e para a corrida no domingo.Infelizmente sábado não pude ir,mas domingo estaria la.E estive,ou melhor,estivemos

A Corrida

Sim,estivemos.Plural.Éramos dois,eu e minha incansável companheira de eventos estranhos e que coincidentemente vem a ser a minha namorada.
Repito agora a frase inicial do post:"Eu tenho muita sorte".Porque além de ter uma namorada incrível,ainda ganhei uma companheira fiel de eventos aleatórios.Inclusive corridas!.Logo que falei que tinha ganho os ingressos,ela prontamente manifestou desejo de ir.Nada mais justo do que levá-la,ora pois.
Então acertamos de ir,e fomos.
Domingo,6 da manhã,mais ou menos acordamos.Dia lindo,aprazível,digno de passeios ao ar livre.O tempo prometia:frio,céu cinzento e uma chuva fina,sendo que na noite anterior choveu pesado com direito até a ventania.O dia prometia,com toda certeza.
Mochilas arrumadas,lanches preparados (experiências anteriores nos ensinaram a levar lanches e refrigerantes de casa),la fomos nós rumo ao Anhembi,palco da etapa brasileira da Fórmula Indy.
Ônibus até o Metro Tietê,onde pegamos os ônibus disponibilizados pela SpTrans que nos levariam até o Anhembi.Antes,compramos nossa capa de chuva,pela bagatela de 5 mangos.Que seriam 10 se minha namorada não demonstrasse sua habilidade em pechinchar.
Chegamos.Frio,chuva,mas felizes.Só quem gosta mesmo,ou ja esteve num evento desses sabe como é o espírito da coisa.Pode estar o tempo chuvoso,frio,ou um sol escaldante,impossível não se animar ao menos um pouco com o clima do lugar.
Logo quando chegamos,ao entrar no Anhembi rumo a nossa arquibancada,os carros saíam para o warm-up e pude ouvir o som dos motores cortando a reta do Sambódromo.O ronco grosso dos V6 turbinados,novidade desse ano da Indy,me arrepiou.Ver os carros que a gente só ve na TV ali tão perto,e saber que ali estão correndo pilotos de quase todos os lugares do mundo é realmente emocionante.
Acabou o warm-up,show de motos e demonstração dos Fórmula Truck entreteram o público na manhã fria e feia de Sp.Tempo cinza e um Sol tímido fizeram o pano de fundo do evento,mas pelo menos a chuva deu uma trégua.
Ja próximo da largada,e antes da mesma,o desfile dos pilotos mostrou a parcialidade dos presentes ali.Quando os brasileiros passava,em especial o Rubinho,a torcida aplaudia efusivamente.Pelo menos ali o patriotismo ficava evidente.
Ansiedade para o início da peleja automobilística.Depois de tantas corridas vistas na TV,finalmente veria uma disputa bem ali,na minha frente.Pena que o Anhembi não da a visão privilegiada que Interlagos nos oferece.
Em Interlagos é possível,da arquibancada da reta dos boxes,ver algo em torno de 90% do circuito.Ou seja,você realmente VÊ a corrida inteira,tornando necessário o telão apenas para o S do Senna e pra reta oposta.No Anhembi era possível ver apenas o pedacinho de reta que ficava na nossa frente,e a freada do retão da Marginal.Mas graças a Deus tinha um telão posicionado estratégicamente à nossa frente,o que nos garantiu a possibilidade de acompanhar boa parte da corrida.
Destaques da corrida,ao meu ver foram o vencedor pelo terceiro ano consecutivo,Will Power.Anda muito,guia muito,é realmente diferenciado.E a brasileira Bia Figueiredo também merece menção honrosa.Andou muito bem,fez duas ultrapassagens na saída do "S do samba" dignas de aplauso,pena que teve que poupar combustível nas voltas finais,tomou uma punição por excesso de velocidade nos pit-stops e ainda ficou presa numa batida.Pura falta de sorte.
Barrichello e Kanaan sofreram com uma estratégia errada da equipe.Ainda,pra piorar,o Barrichello alegou uma falha no carro que lhe tirava velocidade nas retas,fato que aparentemente é verdadeiro dada a facilidade com que ele levou ultrapassagens no retão da marginal.Kanaan também teve problemas,mas externos.Ficou preso num acidente no final da corrida,o que fez com que caísse para 12° lugar.
O único que se deu bem mesmo foi Hélio Castroneves,que saiu em 18° e fez uma corrida arrojada,com uma estratégia de parada nos pits bem diferente dos demais,foi beneficiado pelas bandeiras amarelas e terminou numa bela 4ª posição.
E no fim do dia,além do cansaço,uma felicidade enorme era a tônica dos nossos corações.Além de tudo,ainda ganhei uma camiseta linda da minha amada.
Esse 29/04/2012 ficará sempre marcado,imortalizado em fotos e principalmente em lembranças.Agradeço de coração ao Carro Universitário que me proporcionou a chance de ver a corrida de perto,e em especial a Juliana Avila pela atenção e paciência com a minha demora em responder o e-mail.
Agradeço também a minha namorada,Débora Zanetti Ferreira,pelo incentivo,compania e falta de senso suficiente em sair da cama as 6 da manhã num domingo frio e chuvoso (muito obrigado anjo,foi muito especial ter você lá comigo.Te amo muito).

domingo, 22 de abril de 2012

As vezes...

As vezes o caminho não é tão mais verde quanto era.
As vezes, de vez em quando, o lado bom das coisas fica tão escondido que nossos olhos cansados não conseguem enxergar. E ficamos tristes, e nos irritamos, e qualquer pé de vento mais saidinho se transforma em um vendaval digno de cinema.
E esse amargo no peito vai pouco a pouco nos minando, transformado-nos em algo que não somos. Do sorriso corriqueiro surge um semblante carregado, uma introspecção que até ontem não nos era devida. E a bola de neve só aumenta, e as coisas vão ficando mais difíceis a cada dia.
Até que um par de olhos, aquele mesmo ja nosso velho conhecido, como um passe de mágica traz, por intermédio do teu brilho característico, um facho de luz nesse véu de escuridão. E você se vê como um idiota por ter desperdiçado tanto tempo e tantos sorrisos e tantas palavras doces por algo que nem sabe exatamente o que é e nem como veio.
Mas tudo tem seu lado bom. Você acaba entendendo a extensão das suas falhas e procura amadurecer, crescer. Entende que a força que a pessoa que você ama tem na sua vida é infinitamente maior do que você pode considerar usando a lógica rasteira. Sente que o amor tem uma extensão tão enorme que apenas quatro letras são uma forma injusta de definir tamanho poder.
E,o melhor de tudo, revê as velhas emoções de sempre no seu devido lugar, o sorriso no rosto, ombros leves e disposição para mais uma semana. Tudo isso pela graça de dois olhos brilhantes.

domingo, 1 de abril de 2012

Mágoas,Amarguras,Exageros e Eu.

Nós, seres humanos, somos uma piada né.
Um pinguinho de chuva que cai mais torto ja é suficiente pra acabar com a beleza dos céus regando a terra.Trocando em miúdos,pequenas ações que saem do nosso caminho dito como ideal ja são suficientes para nos fazer entristecer.
E o pior,pela tristeza que toma conta do coração,nos esquecemos do que de fato é importante,da essência.
Eu tenho algumas qualidades e zilhões de defeitos,assim como todo mundo.Mas tenho também qualidades/defeitos,como uma faca de dois gumes.Certas coisas,que para muitos seriam o fim do mundo,para mim não passam de meros detalhes,não me ofendem.E pequenas coisas,que para muitos não são nada,para mim acabam sendo motivo de uma mudança de humor significativa.
Aí entra outro defeito meu,o de não falar.Guardo a minha mágoa ou tristeza,não compartilho.Por N razões,mas costumeiramente por achar que não deveria falar.E tal atitude magoa pessoas que amo,e me magoa.
Mágoa não é a palavra certa,melhor dizer que meu coração fica amargo.E como pouca desgraça é pouca,sou sempre tomado de uma enxurrada de pensamentos ruins,e vira tudo uma grande bola de neve.Quanto mais penso na coisa,pior fico,mais amargurado fico,e mais pensamentos ruins aparecem.
O ponto positivo de tudo isso é que sei como sou,por conviver tanto comigo.Ser introspectivo e autocrítico tem la seus pontos bons.E sei que a coisa só vai melhorar e sempre melhora quando me esqueço de tudo,e deixo pra mais tarde.Aí sim,vendo tudo de uma forma mais racional,tiro todo o excesso e penso no que aconteceu com frieza e clareza.
Depois da tempestade vem a bonança,e é uma sensação muito boa sentir os velhos sentimentos bons e tranquilos tomando conta de mim.Tudo volta pro seu lugar,a vida volta a ser bela e os problemas ou agruras voltam a ter o seu tamanho exato.