Contemplação

Contemplação

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Considerações Sobre a Expomusic 2010

De ano em ano acontece aqui em sampa a Expomusic,que nada mais é do que uma feira de instrumentos musicais,equipamentos diversos e demais cacarecos usados no meio musical.Dentre as atrações,além da possibilidade de se testar alguns instrumentos e equipamentos,temos alguns shows de nomes renomados(ou não).Mas o mais legal dessa feira,é que qualquer pessoa tem a chance de se ver mais envolvida com a música,alem de poder ver algumas verdadeiras obras de arte.Falando nisso,ainda sonho com aquele baixo vintage que vi.....
Este que vos digita teve o prazer de estar presente nessa edição da Expo.A primeira vez que participei de tal feira foi no longínquo ano de 2008.Longínquo?Sim,pra mim é.Em 2009 acabei não indo,infelizmente.Porém,matei as saudades esse ano.E que saudades.
Apesar de amar a Engenharia,tenho uma queda um pouco acentuada,diria que é quase um Grand Canyon,pela música.E por teclados,em especial.Então,fui a feira com 3 pensamentos.Visitar o estande da Roland,Yamaha e Tokai.Essa ultima alias era o meu grande foco,ja que é uma empresa nacional que produz órgãos eletrônicos de altíssima qualidade.E la fui eu,com a cara e a coragem,atravessar a cidade para chegar até a Expo.
La chegando,ja sou recebido por uma dessas figuras que a gente só acha zanzando pela cidade.Um rapaz com cara de suricate-serial killer puxa assunto comigo,e me comunica que haveria a possibilidade de rolar um show com a Inezita Barroso (!) na feira.Legal né?Nada contra,mas acho que se a atração fosse o Tiririca eu me animaria mais.Ainda na fila,percebo olhares com um brilho de interrogação acerca do que vem a ser aquela bendita inscrição na minha camiseta.Não,o Casa das Máquinas não é pop,e usar uma camiseta deles causa esse tipo de coisa.Enfim,nem ligo.
Ja dentro da feira,quase trombo,literalmente,com um dos grandes guitarristas do Brasil : Mozart Mello.Guitarrista lendario,que fazia/faz um trabalho impecável no Terreno Baldio,mas que foi esquecido pela crítica.Crítica essa que exulta os Restart's da vida....Sim,a critica musical nunca foi tão relevante.
Andando pelos estandes,me deparo com verdadeiras obras de arte.Gibsons,Walshburns,e o tal baixo que não me recordo o nome me fazem pirar,e sentir que se eu não aprender a tocar algo vou virar um velho rabujento e magoado.Impressões que se comprovam quando chego nos estantes da Korg (que eu nem lembrava que estaria por la) e de uma empresa fabricante de orgãos eletrônicos que não lembro o nome de forma alguma.Me divirto com a possibilidade de testar os equipamentos e não atrapalhar a saúde auditiva dos que estavam ao meu redor,ja que o som do órgão sai em fones de ouvido individuais.Show.Som delicioso,além de alguns efeitos vintage possíveis.Divertidíssimo.Se fosse milionário comprava pelo menos três.
Andando mais um pouco,sou interpelado por um maluco ja na casa dos 50 anos,que aponta pra minha camiseta e profere a seguinte frase: "Po,esses caras eram demais...Curtia muito os shows deles em 78".Conversamos mais um pouco,e saio desse pequeno diálogo com o orgulho dos meus heróis esquecidos fortificado.Chego no estande da Roland,vou babando num teclado com funções diversas,além de um emulador de órgão integrado,com direito a alavanquinhas no estilo antigo e tals.Uma joça.Tudo bem que provavelmente a minha falta de conhecimento técnico tenha causado tal impressão,mas a disposição dos controles é meio bagunçada.Saio de la,rumo para a Yamaha.Outra joça,só estavam os teclados basicos,nada de sintetizadores ou algo mais expressivo.De la,rumo pra Tokai,que trouxe alguns órgãos,menos o modelo que eu ansiava encontrar.Tudo bem,sem problemas.
Ja estava quase indo embora quando entro novamente no estande da Korg.Queria testar o M3,que é um dos teclados mais completos que eu ja vi,mas tinha um filho de Deus que resolveu tomar conta do referido teclado.Ja que não se tem cão,caça-se com gato né.Então parti pro M50,e que surpresa.Timbres lindos,atuais sem ter aquele som meio plastificado.Além de ter um timbre de órgão muito bom (aos meus ouvidos ok?)tem efeitos "originais de fábrica" maravilhosos.Entrei em transe com a junção do piano classico com o efeito de vozes.Balancei a cabeleira com uma batida pré-programada chamada ProgFest.Imagine,batera+baixo+guitarra pesada,com um timbre de órgão distorcido para solar.Indescritível.
Com dor no coração retorno pra casa.Apenas a título de curiosidade,cheguei à feira por volta do meio dia.Sai de la 4 horas.E fui sozinho.Ou seja,gosto pouco da coisa.Mas confesso que não vi o tempo passar.Brincar com um instrumento musical,mesmo não se sabendo lhufas do tal instrumento,é extremamente divertido.No caso dos teclados,as empresas investem em tornar cada vez mais os controles intuitivos,assim como a Microsoft faz com o Windows.Ou seja,qualquer um pode tirar um sonzinho bacana desses equipamentos.No caso das cordas ja é mais complicado,mas nem tanto.Importante mesmo é a diversão,e na Expomusic o que não falta é diversão e liberdade,tanto física quanto sensorial.

The Who-Heaven & Hell

Estou numa fase The Who.Acho que anos depois de ter descoberto a banda é que senti mesmo o que é o som dos caras.Pra quem não sabe,o The Who apareceu um pouquinho depois dos Beatles e dos Stones,la por 64,65.A diferença é que o som do Who sempre foi mais anarquico que o som das bandas contemporâneas.Da pra dizer que eles tinham um espírito meio punk,mas com uma qualidade musical absolutamente e totalmente superior aos punks.
As apresentações ao vivo eram um verdadeiro espetáculo.Roger Daltrey (vocal) fazia uma série de movimentos apoteóticos,jogando o microfone pra todos os lados,e fazendo movimentos com os braços juntamente com as viradas das musicas.Pete Townshend criou aquele movimento circular,girando o braço ao tocar a guitarra,alias essa virou a sua marca registrada.Falando em marca,outro que dava um show era o baterista Keith Moon,que sem duvidas foi um dos grandes bateristas do rock,e que tinha o jeito mais esquisito de tocar bateria.Movimentos largos,exagerados,mas sempre precisos e criativos.Criatividade também não faltava ao grande John Entwistle,que além de ter esse nome impronunciavel (ao menos para mim,pobre rapaz latino americano) foi um baixista mais do que importante para o rock.Influenciou muito gente,de Geddy Lee (Rush) até Chris Squire (Yes).
O Who foi uma banda engraçada num certo ponto.Técnicamente falando,as estrelas da banda eram o baixista e baterista.Convenhamos,a voz do Roger não é la tão possante.Levando em conta que tínhamos Ian Gillan,Dio,Coverdale,Plant e demais grandes vozes do rock em seu ápice,não sobra muito espaço pra voz do Roger brilhar.Assim como Pete não era um guitarrista tão virtuoso.Da pra comparar com Blackmore,Page,Clapton e o Deus Jimi Hendrix?Não né.Mas o Who,como conjunto,era demais.Tinha aquela coisa das bandas dos anos 60-70,que ao vivo se tornavam insuperaveis e muito mais impactantes do que nas gravações em estúdio.
Escolher uma musica para esse post foi uma missão um pouco complicada.O Who tem varias musicas ótimas,e escolher uma só não é tarefa fácil.Porém,como eu não sou nada neutro,puxei a sardinha pro lado que mais me apetece.Sou fascinado pelo timbre do baixo do John,então escolhi uma das poucas musicas que eu sei que ele lidera os vocais.Essa musica também é a faixa que abre o Live at Isle of Wight,um dos melhores albuns ao vivo que eu ja tive o prazer de escutar.Sem mais enrolações,Heaven & Hell



No topo do céu, tem um lugar que você vai se não tiver feito nada de errado,
Caso não tenha feito nada de errado.


E embaixo do solo, é um lugar que você só vai se tenha sido um gatoto malvado.
Caso tenha sido um garoto malvado.


Por que nós não conseguímos ter uma vida eterna
E nunca morrer,
Nunca morrer?


No local acima você ganhará penas e asas e pode voar por lá,
Com uma harpa cantando hinos.


E no lugar de baixo você ganhará chifres e um rabo
e transportar por bifurcação,
E queimar por aí.


Por que nós não conseguímos ter uma vida eterna E nunca morrer,


Nunca morrer?



terça-feira, 21 de setembro de 2010

Engenheiro recorrendo da multa

Um pouquinho de graça não pega mal né?Como um aspirante à engenheiro,confesso que ri pacas com esse texto.


Meritíssimo,
Confirmo que vi na estrada a marca de 70 em números negros inscritos num círculo vermelho, sem qualquer informação de unidades.
Ora, como se sabe, de acordo com normais internacionais (sancionadas pelo Brasil) as unidades legais são as do Sistema Internacional (SI) e estas devem ser usadas em todos os órgãos públicos do país.
Pois bem. No sistema SI a unidade de comprimento é o METRO, e a unidade de tempo é o SEGUNDO, assim como a unidade de velocidade é o METRO POR SEGUNDO. Não me passaria pela cabeça que a autoridade de trânsito aplicasse uma unidade diferente desta.
Assim sendo, 70 metros por segundo correspondem exatamente a 252 Km/h. A polícia afirma que me cronometrou a 121 Km/h, o que eu não contesto. Circulava, portanto a 131 km/h abaixo do limite permitido.
Esperando a aceitação dos meus argumentos, de V. Exa.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Penso.Logo,divago.

Longe a mente vai,vagueia.Se perde,se acha,se encontra.Volta,revolta,vira e revira.Vontades se misturam com sentimentos,que se tornam intensos como sensações físicas.Sensações sem sentido e sem explicações se misturam e se fundem com a doce melodia,criam novas sensações.São como uma só,são como irmãs que depois de séculos se encontram.Tudo se une,se torna uma massa disforme e sem sentido.É sofrimento,alegria,saudade,esperança,vontades secretas e vontades exteriorizadas,tudo atuando junto.Querer é poder?Poder é querer?Qual o caminho certo,o que eu estou,o que eu acho que deveria estar,ou aquele mais escondido entre a árvore frondosa e a cerca viva? O certo ainda é o certo,ou o errado é o mais certo?E sendo o errado o mais certo,o que se fez do certo?Torna-se errado,torna-se ainda mais certo,ou não torna-se nada?E há certo e errado?Porque tantas preocupações,ja que "no fim das contas ninguem sai vivo daqui'?Sim,sim,no final tudo da certo,se não deu certo é porque não estamos no final ainda,certo?Certo!Todo fim é certo,independente da nossa vontade.
Mas sabe o que me alegra?Me alegra o fato de saber que dormirei logo mais,e que essas inquietações e contemplações acerca dessas inquietações se perderão nos meus sonhos,serão diluídas nas horas em que estarei repousando.E amanhã acordarei feliz,ou menos perdido.E as certezas estarão mais claras,e os caminhos estarão mais iluminados,e minhas vontades estarão mais definidas.Texto sem sentido?Sim,muito.Absolutamente.Sem começo,meio,fim.Mas sentimentos são assim,não é?.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Pearl Jam-Just Breathe

A Jukebox andou meio paradinha esses dias.Mas agora volto com ela,e com uma música no mínimo diferente.Sim,é rock.Mas dentro do rock ha varios subtitulos,ramificações ou qualquer denominação que se queira dar para os mais diversos estilos dentro da proposta roqueira.Dentre eles,um que me agrada pouquíssimo é o grunge.Nada contra,mas minhas preferências musicais sempre buscaram algo que traga uma essência diferente.Porém/todavia/contudo,esses dias atrás a minha querida Fer (grunge) me apresentou essa música do Pearl Jam.E eu achei ela muito bela,tocante mesmo.Pra quem não sabe,o Pearl Jam foi uma das bandas principais do movimento grunge e tudo mais.Enfim,sem mais delongas,abaixo vai a letra traduzida e mais abaixo o video contendo a música.

 

Apenas Respirar

Sim, eu entendo que toda vida vai acabar, uh-huh
Enquanto nos sentamos sozinhos, eu sei que algum dia nós também vamos
Eu sou um homem de sorte, por contar em ambas as mãos as pessoas que amo
Alguns pessoas só tem uma, outras não tem nenhuma
Fique comigo
Vamos apenas respirar

Cometi todos os meus pecados, nunca vão me deixar vencer
Abaixo disso tudo, apenas outro ser humano
Eu não quero me magoar, há tanto nesse mundo para me fazer sangrar

Fique comigo
Você é tudo o que eu vejo

Eu disse que preciso de você?
Eu disse que quero você?
Se eu não disse, eu sou um bobo, viu
Ninguém sabe disso mais do que eu

Enquanto eu me confesso
Eu me surpreendo todo dia, enquanto olho pro seu rosto
Tudo o que você deu
E nada que você salvaria, oh, não.

Não há nada que você tomaria
Tudo o que você deu

Eu disse que preciso de você?
Eu disse que quero você?
Se eu não disse, eu sou um bobo, viu
Ninguém sabe disso mais do que eu
E eu me confesso

Não há nada que você tomaria
Tudo o que você deu
Me abrace até eu morrer
Te encontro do outro lado




Saber Viver

"Não sei...
Se a vida é curta
Ou longa demais pra nós,
Mas sei que nada do que vivemos
Tem sentido, se não tocamos o coração das pessoas.

Muitas vezes basta ser:
Colo que acolhe,Braço que envolve,
Palavra que conforta,
Silêncio que respeita,
Alegria que contagia,
Lágrima que corre,
Olhar que acaricia,
Desejo que sacia,
Amor que promove.

E isso não é coisa de outro mundo,
É o que dá sentido à vida.
É o que faz com que ela
Não seja nem curta,
Nem longa demais,
Mas que seja intensa,
Verdadeira, pura...
Enquanto durar"

Cora Coralina



Sem mais....

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Difícil Mesmo é Não Saber o que Escrever

Difícil mesmo é não saber o que escrever
É angústia que vem sei la de onde
Uma vontade danada de não se conter
Desejar criar,se elevar,pairar,espairecer.

Difícil mesmo é sentir e não saber explicar
É estar de mãos atadas,solto no ar
Saber onde ir,e nenhum rumo tomar.

Tristeza pra quem escreve
É pegar caneta,papel,e não escrever nada
É ter lampejos,qualquer coisa assim,muito breve
Tão breve que não se desenvolve
Em menos de um segundo
Nasce,cresce,morre.

A dor do poeta não é perder a amada
Ora,paixões vem e vão em cada alvorada.
Dói mais no poeta ver uma folha em branco
Assim,como terno manto
Onde por falta de inspiração
Não se pode depositar a sua mágoa.

E a dor persiste
Não escrever é como não viver
É necessidade primária
Muito mais importante do que ser ou ter
É vício incurável,droga que seduz
Tira alegria da vida,diminui a sua luz.

Inspiração,onde é a sua morada?
Diga-me o caminho,guia-me nessa estrada
Devolva o que é meu por direito
Deixe-me perder por estas Soltas Palavras.

À Mão Livre II

Em um mundo de fim ,veio buscar a liberdade sem fim.
Quase preso por uma sociedade hipócrita , encontrou um papel em que fez voar seus pensamentos .
Longe como aquela estrela no céu , ele foi mais longe que aquele ponto no céu .
Soltou suas idéias , deixou que o desejo as conduzissem em um mar aberto de tempestades , que ao amanhecer , o sol iluminava a direção .
Engenhou os parágrafos de sua historia
Eliminou os pontos finais , e utilizou de travessões para continuar a fala.
Alterou as personagens , pois não satisfaziam ,
Buscou mais fundo , algo que de certo não fosse o vazio .
Sua casa arquitetou , com os lápis de cor a decorou ,
Foi possível em um universo de construção , daquele mandante ,
Fez-se a mão livre!! 

Fernanda Teles- 07/09/10 , às 11:43


 A sensação de criar algo assim,com cunho artístico mesmo é indescritível.É bobagem,mas enfim,eu me sinto realizado quando isso acontece.Confesso que ando meio "xoxo" nessas semanas,sabe la Deus porque,mas ainda to colhendo alguns frutos de textos passados.E esse texto acima foi feito pela minha amada Fernanda,apelidada carinhosamente por nós de Fer Hard,acerca da minha primeira poesia,que pode ser lida Aqui .
 Aliás,a fer tem um blog muito legal,com textos ótimos.Ja está nos meus Blogs Fundamentais,mais pode ser acessado tambem clicando Aqui. Meus sinceros agradecimentos a Fer,pelo carinho e pelo texto,a Cah,Fer grunge,Cecis e Babi pela motivação.