Contemplação

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segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Som Nosso De Cada Dia-Direccion de Aquarius

Enquanto não pinta mais nenhuma inspiração para posts próprios,vou movimentando o blog com músicas tiradas do fundo do meu baú.E essa tem história.Antes de mais nada,algumas informações sobre a banda.
O Som Nosso é uma daquelas bandas quase esquecidas do rock nacional.A banda começou suas atividades bem antes do estouro do rock brasileiro nos anos 80,enfrentou a ditadura militar e a má vontade da mídia com o tipo de musica que faziam.E ainda sim angariaram fãs que os seguiam e até hoje os seguem nessa incansável batalha do underground.
O Som Nosso conseguiu notoriedade quando abriu os shows da turnê do Alice Cooper no Brasil,ainda em 1974.Há quem diga que os gritos de "SOM NOSSO!!!!" atravessaram firmes e fortes durante todo o show principal da noite.
Depois de todo esse barulho,lançam o primeiro albúm,intitulado Snegs.Obra prima,que vai do hard ao progressivo,com pitadas de música brasileira.Segundo palavras do próprio Pedrão (baixista),a linha de baixo de Massavilhauma das faixas do album, é um MARACATU.E depois dizem que não existe rock nacional né...
Em 77 lançam um segundo album,homônimo,mas tambem conhecido como Sabado/Domingo.Na metade Sábado do LP encontramos um lado mais funk/soul,bem dançante mesmo.No lado Domingo,um prog nervoso,com belíssimas passagens instrumentais.Lembrando que esse lado seria parte do disco que conteria a suite Amazonia,um projeto ambicioso da banda mas que acabou não vingando por pura burrice dos nossos queridos produtores fonográficos.
Em 78 a banda encerra as suas atividades.Em 94 retornam com todo o gás,gravam um album ao vivo (Live 94),e quando a coisa começa a engrenar,ja com previsão de turnê pelo Japão,o grande bateirista/vocalista Pedrinho vem a falecer,e a banda encerra as atividades novamente.
Porém,em 2008,atendendo convites da Prefeitura de SP e dos fãs,o Som Nosso retorna com uma formação diferenciada,e faz um show maravilhoso durante a Virada Cultural.Este que vos escreve esteve presente.E posso garantir,foi uma emoção unica e inesquecível.
E o que mais me comoveu foi quando eles tocaram essa música tema desse post.É um numero basicamente voz/violão,tendo apenas acompanhamento de flauta,com o GRANDE GÊNIO Manito,e alguns "riffs" de teclado,operados no dia pelo grande Fernando Macabro.A cena era a seguinte: mil e tantos roqueiros,que quase brigaram pra entrar no Teatro Municipal.Sabe como é,show gratuito,aparece gente de todo canto.Enfim,casa abarrotada de gente.E show de rock é aquela zona,sempre muito barulho,gente bêbada e coisas do tipo.Mas durante esse número,reinou um silencio absoluto.E quem ameaçava fazer um barulho qualquer,mesmo que fosse um murmúrio,era repreendido veementemente.Isso me marcou,tanto pela emoção de ver ali no palco os meus heróis,quanto por sentir na platéia a admiração e o respeito absurdo que todos demonstravam pela banda.Grande noite,grande show.


segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Van Halen-On Fire

Deixando o romantismo um pouco de lado,trago pra vocês uma pérola do hard rock.E essa vem la de 1978,ultima faixa do primeiro album do Van Halen.O curioso é que o album inteiro é pesado,com excessão da música Ice Cream Man,que é a penúltima faixa do disco.É como se fosse um descanso,mas um descanso passageiro,porque o album é finalizado com esse petardo maravilhoso.Destaco a voz singular do David Lee Roth(um dos grandes vocais do rock,na minha opinião),o baixo cortante do Michael Anthony (em especial no refrão) e o timbre belíssimo da bateria do Alex Van Halen.






À Mão Livre

À mão livre me descrevo.
Me desenho,me completo e me desfaço.
À mão livre me esqueço,me lembro.
Relembro,refaço.

À mão livre me interpreto,me descrevo,me engano passo a passo
À mão livre me solto,me prendo.Me mostro,ou disfarço.
À mão livre me exponho,rasgo o peito
Mesmo que seja nas entrelinhas,oculto sujeito

À mão livre mostro o amor,a dor
À mão livre escancaro a vida,em todo seu esplendor
À mão livre,assim,solto,sem preocupação
Falo sobre mim,sobre ti,sobre o coração
Procuro mostrar que as pequenas coisas
Trazem em si a imensidão.

E assim,só assim
Mostrar que a vida
À mão livre
Não tem,nunca terá,e nunca teve
Fim.





OBS:Nunca tive nem nunca terei a pretensão de ser poeta.Mas rimas são coisas raras na minha vida,e surgiram algumas de uma forma espontânea.Perdoem-me,mas não pude perder a oportunidade.

domingo, 15 de agosto de 2010

Ivan Lins-O Amor É o Meu País

Minha idéia de colocar músicas diversas aqui no blog ja vem de muito antes do nascimento do mesmo.Aliás,antes do Palavras Soltas,eu tive um blog que falava apenas e tão somente de música,com biografia de artistas e alguns vídeos.Mas era massante falar de uma coisa somente,então desisti desse caminho.
A idéia não era nova,mas eu não sabia como colocar música num blog que falaria sobre tudo.Ou quase tudo.Não queria fazer biografias extensas,mesmo porque são pouquíssimas pessoas que tem saco pro meu gosto musical.Então,acho que apenas algumas informações básicas sobre determinadas musicas,além de um video contendo a mesma,ja é suficiente.
E dou início a esse novo caminho postando uma música que foge um pouco ao estilo que eu costumo ouvir mais.Tudo bem que meu passeio pela MPB está cada vez mais longo,e sem previsão de volta.Mas a verdade é que essa música mexeu comigo desde a primeira audição,que se não me falha a parca memória,se deu num especial da Globo. Essa música tem um dos refrões mais belos e contundentes e fortes que eu ja ouvi.Há apenas um porém:essa não é a versão que eu desejava.Queria uma versão mais nova,com o Ivan ja interpretando de uma outra forma.Mas enfim,foi dessa forma que ele interpretou tal música no V Festival Internacional da Canção,la em 1970.Abaixo segue a letra,e mais abaixo o vídeo com o audio somente.  



Eu queria, eu queria, eu queria  
Um segundo lá no fundo de você  
Eu queria, me perdera, me perdoa
Por que eu ando à toa  
Sem chegar
Tão mais longe se torna o cais
Lindo é voltar
É difícil o meu caminhar
Mas vou tentar  
Não importa qual seja a dor
Nem as pedras que eu vou pisar
Não me importo se é pra chegar
Eu sei, eu sei  
De você fiz o meu País
Vestindo festa e final feliz
Eu vi, eu vi  
O amor é o meu País  
E sim, eu vi
O amor é o meu País



 



Obs:Deixo aqui registrado os meus agradecimentos a minha querida Cecis,por ter me mostrado a relevância musical que o Ivan tem.Muito obrigado pessoa,o bruto aqui te ama um bocado..^^

Novidades

Sim,novidades!Por enquanto nada no layout do blog,que eu acho sensacional.Apenas mudanças na organização do blog,e algumas novas empreitadas.
Primeiro,a sua direita,verás que ha um novo campo.Marcadores,ou seja,os textos serão divididos por categorias:
-Coisas da Vida:para tudo aquilo,sentimentos ou qualquer coisa que o valha,que esteja relacionado a mim,a nós,a vós e a eles.
-Homenagens:Textos ou videos ou fotos ou sabe-la-Deus-o-quê que seja direcionado apenas a um determinado assunto,seja algum amigo,musica,enfim.Abro uma excessão,para aqueles textos mais....mais...pessoais?!No sentido além-amizade.Enfim.Declarações maquiadas ou não,ok?Estes estarão no Coisas da vida.
-Textos Diversos:Referencias à Textos de outrem,desde que eu não faça nenhuma reflexão sobre tal texto.Meio presunçoso isso né?
E temos mais duas novidades.Alias,não exatamente novidades,mas coisas que eu queria fazer a algum tempo e não tinha achado uma boa maneira de fazê-las:
Jukebox:Músicas que embalam minha vida,meus amores e desamores.Vai ter de tudo,vou logo avisando.
À Mão Livre:Aqui chegamos ao pico da minha presunção.E aqui me liberto de um monte de censuras,e me permito escrever sobre coisas fictícias.Algo como crônica,mas totalmente livre de métricas e quaisquer definições.
E que Deus me ajude.

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Quem planta amor,colhe amor

Sentimental eu sou,e não to nem aí.Me chamem de brega,de carente,de exagerado,de qualquer coisa,mas gosto de me afogar e me afundar em sentimentalismos diversos.Seja filosoficamente no pensamento humano ou na velha e boa fossa,nas canções dedicadas aos grandes porres da vida.
Como todo bom romântico que se preze,adoro escrever e-mails ou recados melosos.Mas saudavelmente melosos.Pelo menos ao que me parece eles são assim.Enfim,o fato é que aprendi muito cedo que devemos sempre aproveitar as oportunidades que nos são dadas e dizer a quem amamos,ou gostamos o quanto são importantes pra nós.Isso em todas as estâncias,e de todas as formas possíveis.Um sincero pedido de desculpas equivale a um "eu te amo",depende só da forma como quem recebe esse pedido o compreende.
Hoje fiz uma sessão nostalgia.Dei uma boa lida nos meus e-mails enviados.Mas olhei só nos mais antigos.Quando falo em antigos,subentenda que eles tem no máximo 10 meses.Pouco tempo?Em tese sim.Porém,sabe quando você lê algo que tem certeza absoluta que foi você que escreveu,mas é como se fosse um alter-ego o autor de tais palavras?É como se fosse um outro eu,por mais esquizofrênico que isso soe.Mas enfim,entre declarações de amor eterno e pedidos sinceros de desculpas (fer,fer e carol-nunca esquecerei o que vocês fizeram por mim,amo vocês),tive uma certeza irrefutável de que uma grande mudança aconteceu.A forma de escrever é minha,os exageros de expressões que eu tanto adoro são os meus,porém o sentimento é totalmente e absolutamente diferente.A forma de enxergar a vida,de encarar determinadas situações é bem diferente.Não só pelo lado afetivo,mas no geral.
E o melhor de tudo,fazendo um comparativo do que sou e do que tenho hoje,e do que era e tinha antes,vejo o quanto cresci,e o quanto fui agraciado.Não desmerecendo tudo que vivi nos anos anteriores,nem quem passou e ja não está mais presente no meu caminho.Muito pelo contrario,sou o que sou justamente por ter passado por essas coisas,por ter sido,vivido e principalmente errado nas coisas que errei.Mas certas coisas são tão incríveis,me parecem tão incríveis,que só encontro justificativa na frase-título desse post,ou então na velha e boa Terceira lei de Newton.Lembram-se?
 
"Toda ação provoca uma reação de igual intensidade, mesma direção e em sentido contrário"

Trocando em miúdos,você planta o que colhe.Eu sinceramente acho que to colhendo muito mais do que plantei,mas que benção.Plantarei mais,oras!!!Afinal,espalhar amor por ai não é tão ruim assim,nem tão difícil.Me esforço pra isso,na medida do possível.É o mínimo que posso fazer,não é?
Aos meus novos amigos e amigas,muito obrigado por tudo.Por existirem,principalmente.Ja posso dizer que amo vocês,sem medo de ser feliz. Aos meus velhos amigos e amigas,agradeço todos esses anos.Sem vocês eu não seria o que sou,nem tão feliz.Amo todos,mesmo sendo impaciente as vezes,meio distante de vez em quando.
A quem ja não partilha comigo o mesmo caminho,meus mais sinceros agradecimentos.Pelo tempo partilhado,pelas experiências trocadas,pela vivência adquirida.Vocês me moldaram,me fizeram entender um pouco mais do que é feita a vida,e do que eu sou feito.

domingo, 1 de agosto de 2010

Lisbon Revisited

Sentimentos à flor da pele+saudades diversas+domingo tedioso não são uma combinação das melhores quando se pretende postar algo.Mas a vontade de passar por aqui me incomodava,então resolvi postar um dos poucos poemas que me chamam a atenção de verdade,desde a primeira vez que li.De Álvaro de Campos,um dos vários psedônimos do Fernando Pessoa,Lisbon Revisited.


Não: não quero nada.
Já disse que não quero nada.

Não me venham com conclusões!
A única conclusão é morrer.

Não me tragam estéticas!
Não me falem em moral!
Tirem-me daqui a metafisica!
Não me apregoem sistemas completos, não me enfileirem conquistas
Das ciências (das ciências, Deus meu, das ciências!) ­
Das ciências, das artes, da civilização moderna!

Que mal fiz eu aos deuses todos?

Se têm a verdade, guardem-na!

Sou um técnico, mas tenho técnica só dentro da técnica.
Fora disso sou doido, com todo o direito a sê-lo.
Com todo o direito a sê-lo, ouviram?

Não me macem, por amor de Deus!

Queriam-me casado, fútil, quotidiano e tributável?
Queriam-me o contrário disto, o contrário de qualquer coisa?
Se eu fosse outra pessoa, fazia-lhes, a todos, a vontade.
Assim, como sou, tenham paciência!
Vão para o diabo sem mim,
Ou deixem-me ir sozinho para o diabo!
Para que havemos de ir juntos?

Não me peguem no braço!
Não gosto que me peguem no braço. Quero ser sozinho.
Já disse que sou sozinho!
Ah, que maçada quererem que eu seja de companhia!

Ó céu azul ­ o mesmo da minha infância ­,
Eterna verdade vazia e perfeita!
Ó macio Tejo ancestral e mudo,
Pequena verdade onde o céu se reflecte!

Ó mágoa revisitada, Lisboa de outrora de hoje!
Nada me dais, nada me tirais, nada sois que eu me sinta.
Deixem-me em paz! Não tardo, que eu nunca tardo...
E enquanto tarda o Abismo e o Silêncio quero estar sozinho!