Contemplação

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sábado, 19 de janeiro de 2013

Pictures Of A City #2



Dignidade

  Somos acostumados a viver num certo padrão de limpeza e organização que fazem parte dos ensinamentos que desde quando nos entendemos por gente ouvimos dos nossos pais. Mas o ser humano às vezes, dada às circunstâncias da vida, perde totalmente esse “senso”.

  Esse fenômeno é visto facilmente, basta abrirmos os olhos para a realidade que nos cerca.

  Não é nem um pouco difícil ver por aí moradores de rua vivendo basicamente em uma condição sub-humana, em meio à sujeira e intempéries do tempo. Além disso, muitas vezes esses moradores ainda tem que se sujeitar à violência gratuita e nojenta de alguns jovens.

  De fato, não sei quanto a vocês, mas este que vos escreve quando imagina a figura de um mendigo pensa logo em um homem ou mulher vestido (a) aos trapos, em meio à sujeira. Mas, como diria o velho ditado, toda regra tem a sua exceção.

  Minha faculdade (agora ex-faculdade) está localizada na avenida Brigadeiro Luiz Antônio, próxima ao centro de SP. Diariamente percorro um determinado trecho dessa via, e há um bom tempo uma certa situação me chama muito a atenção.

  Na altura do número 475 vive um mendigo que faz da calçada a sua alcova toda noite. Fato é que a organização e limpeza imposta por esse morador me surpreenderam enormemente.

  Pensem vocês que quase toda noite (não posso afirmar que tal situação se dê toda noite pois não vejo tal situação se desenrolando toda noite) ele LAVA a porção da calçada em que dorme, correspondente ao posto da Unimed. Não bastando, seus parcos pertences são organizados em sacos que são distribuídos e enfileirados em volta de sua “cama”. E o próprio morador se conserva limpo, com suas vestes limpas, sendo que dias atrás o vi com um pano molhado limpando as pernas.

 Como visto, dignidade não está no ambiente que nos cerca, e sim em nós mesmos.



Casais do Metrô

  O metro e a CPTM são palcos dos mais variados tipos. Roupas extravagantes, cabelos extravagantes e extravagâncias extravagantes (como o casal que literalmente “se pegou” na CPTM há uns tempos atrás) são facilmente vistos por lá.
  Mas uma facção de tipos que chamam muito a minha atenção são os casais apaixonados que circulam por aí, imprimindo quase uma “janela no tempo” no meio da correria do vai e vem de passageiros. Eu e minha amada mesmo já fomos esse contraponto algumas vezes, sendo que o nosso primeiro ato se deu num trem lotado da linha Rubi, quando demos nosso primeiro beijo, mais ou menos entre a estação Barra-Funda e Luz.
  Romancisses pessoais à parte, o que me cativa nesses casais é o astral de paz que deles emanam contrastando com o circo ao redor. São como pequenos pontos de alegria na carrancudisse diária dessa metrópole, pequenos fragmentos do que realmente importa em meio a um mar de stress.


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