Contemplação

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sábado, 14 de maio de 2011

Vinicius de Morais-Poema para os olhos da amada*

Ó minha amada
Que olhos os teus
São cais noturnos
Cheios de adeus
São docas mansas
Trilhando luzes
Que brilham longe
Longe nos breus...

Ó minha amada

Que olhos os teus
Quanto mistério
Nos olhos teus
Quantos saveiros
Quantos navios
Quantos naufrágios
Nos olhos teus...

Ó minha amada

Que olhos os teus
Se Deus houvera
Fizera-os Deus
Pois não os fizera
Quem não soubera
Que há muitas eras
Nos olhos teus.

Ah, minha amada

De olhos ateus
Cria a esperança
Nos olhos meus
De verem um dia
O olhar mendigo
Da poesia
Nos olhos teus.




*Ontem,enquanto tinha você nos meus braços e matávamos a nossa saudade,me emocionei com o brilho intenso dos teus olhos e lembrei desse poema.

2 comentários:

  1. É belo este poema , mas , francamente , eu não gosto de Vinicius de Moraes . (rs) ...sabe fiquei a lembrar das aulas do cursinho de quando "o" estudavamos no "modernismo" e as caracteristica do mesmo . Pesquise depois , como ele cresceu , as influências que teve , principalmente pela família e religião , que ao deparar-se com uma mulher , fossem os desejos carnais ou não , era por boa parte visto como algo pecaminoso , porém , difícil de não querer , e ao possui-la , culpavá-a . Pobre de nós mulheres , rs , que acreditamos , nos entregamos e depois ainda levamos a "fama" rs. Tudo bem que algumas não prestavam mesmo , contudo , não eram todas assim!!


    Beijo Osc!!

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  2. rs,não conheço esse lado torto do Vinícius..mas enfim.De perto todo mundo tem defeito,e ele tinha la os dele.Mas dado o momento,era impossível não lembrar desse texto..rs

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